Fatshimetrie, 29 de agosto de 2024 – A ONG internacional Human Rights Watch (HRW) publicou recentemente um relatório alarmante, destacando os abusos e crimes de guerra cometidos pelas duas partes envolvidas no conflito no Sudão. De acordo com informações recolhidas pela HRW, actos como execuções sumárias, tortura e desumanização de civis foram perpetrados pelo exército sudanês e pelas Forças de Apoio Rápido.
A vice-diretora da divisão africana da Human Rights Watch, Laetitia Bader, sublinhou a gravidade da situação ao afirmar que os testemunhos, vídeos e fotos examinados no relatório mostram atos de tortura e monstruosidade inimaginável para com as vítimas, que estas ainda estão vivas ou já falecido. Estas imagens, publicadas nas redes sociais pelos próprios combatentes, demonstram extrema violência e total desrespeito pela vida humana.
Uma das observações mais chocantes deste relatório é a tendência dos combatentes de se filmarem a cometer estas atrocidades, demonstrando o desejo de glorificar os seus actos bárbaros. Este comportamento cruel e ultrajante levanta questões fundamentais sobre a humanidade e a moralidade das pessoas envolvidas neste conflito devastador.
Apesar das promessas de ambos os lados de proteger os civis, as violações dos direitos humanos continuam a ocorrer impunemente. A HRW destaca o facto de os códigos de boa conduta estabelecidos pelo exército e pelas Forças de Apoio Rápido nunca serem respeitados no terreno, deixando os civis indefesos face à brutalidade dos combatentes.
Laetitia Bader insiste na realização de investigações independentes para identificar os responsáveis por estes crimes de guerra e apela à aplicação de sanções contra eles. Alerta também para o risco de normalização da violência se não forem tomadas medidas concretas para levar os perpetradores à justiça.
Em conclusão, a HRW apela à ONU e à comunidade internacional para que tomem medidas concretas para pôr fim a estas atrocidades. É essencial que os responsáveis por estes crimes sejam responsabilizados pelos seus actos e que as vítimas obtenham justiça e reparação. É tempo de acabar com a impunidade e de estabelecer um clima de respeito pelos direitos humanos e pela dignidade humana no Sudão.