Fatshimetrie, na terça-feira, 27 de Agosto, leva-nos mais uma vez ao cerne da actual crise de segurança na conturbada região do Kivu do Norte, na República Democrática do Congo. Os recentes confrontos entre as Forças Armadas da RDC e os rebeldes do M23 evidenciam uma escalada de tensões que levanta muitas questões sobre o futuro da região.
Segundo informações reportadas pela Fatshimetrie, as Forças Armadas da RDC acusam os rebeldes do M23, em colaboração com o Ruanda, de procurarem desviar a atenção do público para as suas próprias transgressões do cessar-fogo em vigor. Uma declaração militar apontou para alegações rebeldes de um alegado sobrevoo aéreo das áreas de Lubero e Rutshuru por um avião das FARDC, dizendo que não foram realizados voos na área nas últimas 48 horas devido a condições meteorológicas desfavoráveis. Esta retórica agressiva do M23 é vista como mais uma violação do cessar-fogo, comprometendo assim os esforços de paz do processo de Luanda.
O diário La Tempête des Tropiques sublinha a natureza provocativa das acções do M23 e dos seus apoiantes ruandeses, sugerindo que para estes actores o acordo de paz de Luanda é agora obsoleto. A não cooperação do lado ruandês na procura da normalização das relações com a RDC leva os observadores a considerar outras alternativas, incluindo soluções militares, para estabilizar a região do Kivu do Norte. As autoridades congolesas são, portanto, chamadas a tomar medidas firmes face à agressão persistente do Ruanda.
Num contexto marcado pela retoma dos combates entre as FARDC e o M23 após uma breve pausa, o Tenente-Coronel Mak Hazukay, porta-voz das operações Sokola 1 Grand Nord, confirmou confrontos no eixo Matembe – Kirumba, amplificando assim as tensões e a violência em região do Lubero. Este ressurgimento das hostilidades realça a fragilidade da situação de segurança e a necessidade de uma acção concertada para restaurar a estabilidade no Kivu do Norte.
Ao mesmo tempo, a diplomacia do Presidente congolês na região sul parece estar a dar os seus primeiros frutos, com o apoio demonstrado pela Tanzânia à RDC face à agressão ruandesa. A ameaça de cortar relações diplomáticas com o Ruanda até que a paz seja restaurada no leste da RDC destaca a importância das alianças regionais na resolução de conflitos.
Em conclusão, a situação crítica no Kivu do Norte realça as questões complexas da região e a necessidade de uma resposta concertada para enfrentar os atuais desafios de segurança. A persistência dos confrontos entre as FARDC e os rebeldes do M23 sublinha a urgência de uma acção colectiva para trazer a paz e a estabilidade a esta parte da RDC atormentada pela instabilidade e pela violência recorrente.