Um raio de esperança para os deslocados de Tchomia

Fatshinetrie

No coração do leste da República Democrática do Congo, na conturbada região de Ituri, uma nova onda de deslocados que fogem da insegurança abalou recentemente a tranquilidade da localidade de Tchomia. Quase dez mil almas exaustas e perturbadas encontraram refúgio em Mokambo, uma aldeia pacífica no território Mahagi, após uma viagem repleta de armadilhas e perigos. Entre estas pessoas deslocadas estão rostos cheios de medo, crianças inocentes, mulheres grávidas que procuram desesperadamente abrigo seguro, idosos com olhos tristes. A sua presença em massa em Mokambo despertou emoção e solidariedade dos residentes locais, bem como das autoridades.

A sociedade civil de Mokambo, na linha da frente para ajudar estas populações vulneráveis, lança um grito de alarme às autoridades e às organizações humanitárias. As necessidades são imensas, urgentes, vitais: a falta de alimentos, de medicamentos e de vestuário básico mergulha estas famílias numa precariedade alarmante. Grégoire Tumitho, coordenador da sociedade civil, dá o alarme: já foram identificados mil agregados familiares, condições de vida desumanas, sofrimento palpável.

Nesta atmosfera de crise, personalidades da região apelam a uma acção urgente por parte das autoridades provinciais para reforçar a segurança em torno do Lago Albert, palco de tragédias e conflitos mortais. A presença de pessoas deslocadas enfraquece a situação já tensa nesta zona fronteiriça, expondo estas populações a riscos acrescidos. Os humanitários também são chamados a fornecer ajuda concreta, apoio logístico e um vislumbre de esperança na escuridão.

Esta onda de deslocamentos surge na sequência de confrontos violentos entre as forças armadas congolesas (FARDC) e o grupo de autodefesa do Zaire nas entidades vizinhas à beira do lago. O preço é pesado, vidas perdidas, famílias desfeitas, traumas profundos. As pessoas deslocadas, que chegam de barco ao porto de Ndawe, em Mokambo, procuram desesperadamente refúgio e abrigo. Alguns são direcionados para outras localidades acolhedoras, como Ramogi, Angals e Wagungu, onde a hospitalidade das famílias anfitriãs lhes oferece alguma aparência de conforto.

Outros deslocados estão dispersos nos vinte e dois locais previstos para os acolher em Mokambo, nomes gravados na memória colectiva: Gengere 1, 2, 3, Mbuya, Godizi, Djupajalwiny. Estes locais, que se tornaram símbolos da angústia humana, abrigam vidas destroçadas, destinos despedaçados, sonhos destruídos de paz e segurança.

Neste momento de consternação, incerteza e luto, a solidariedade, a empatia e a ação humanitária são mais essenciais do que nunca. Os deslocados de Tchomia, portadores de histórias dolorosas, de sofrimento insuportável, apelam à mobilização geral, a uma onda de solidariedade infalível. Porque no final do caminho, além das lágrimas e das ruínas, permanece a frágil esperança de uma vida melhor, de um amanhã pacífico.

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