O cenário económico nigeriano está em crise com o surgimento da refinaria Dangote, um projecto colossal liderado pelo magnata Aliko Dangote. O antigo Presidente Olusegun Obasanjo destaca a importância deste investimento de 20 mil milhões de dólares e o seu possível impacto positivo na economia do país.
Numa entrevista recente ao Financial Times, Obasanjo sublinhou que o sucesso desta refinaria poderá encorajar os investidores, tanto nigerianos como estrangeiros, a apostar na Nigéria. Contudo, alertou para o risco de obstáculos, nomeadamente a resistência de alguns players do sector petrolífero que poderão sentir-se ameaçados pelo surgimento desta nova entidade.
As acusações de Dangote de que funcionários governamentais e não-governamentais estão a tentar sabotar a refinaria lançaram uma luz dura sobre as tensões que rodeiam o ambicioso projecto. As alegações de manipulação dos preços do petróleo e a recusa de vender petróleo bruto em condições competitivas provocaram uma reacção negativa por parte das autoridades, que decidiram que a NNPC (Companhia Nacional de Petróleo da Nigéria) iria agora vender petróleo bruto em naira em vez de dólares às refinarias locais, incluindo Dangote.
Ao mesmo tempo, os reguladores do sector petrolífero têm sido criticados por concederem licenças para importar combustíveis de qualidade inferior. Embora estas decisões tenham sido justificadas pelo desejo de evitar a criação de um monopólio, levantam questões sobre a transparência e integridade do processo regulatório.
Apesar destes desafios, a refinaria Dangote, que iniciou operações em Lagos em Dezembro passado, já começou a fornecer gasóleo e combustível de aviação. Este grande projecto simboliza tanto os desafios como as oportunidades do sector petrolífero na Nigéria e sugere um futuro onde a produção doméstica de combustíveis poderá ser reforçada, oferecendo assim perspectivas económicas promissoras para o país.