O comércio mineral na República Democrática do Congo é uma questão crucial que suscita debates apaixonados e visões divergentes para o futuro. No centro desta controvérsia está o coltan, um recurso valioso e abundantemente presente nos territórios de Kivu. Embora o país exporte estes minerais em grandes quantidades, surge uma questão fundamental: porque não processá-los localmente para maximizar o seu valor acrescentado?
Esta é a questão que os investigadores do ISP/Bukavu abordaram, em parceria com instituições universitárias belgas. O seu projecto, denominado “Kivu coltan: capacidade de processamento físico-químico e estudos de aplicação”, destaca o potencial de industrialização do coltan na região. Ao processar estas matérias-primas localmente, em vez de exportá-las em bruto, a RDC poderia beneficiar de uma cadeia de valor mais longa e mais rentável.
As vantagens de tal estratégia são múltiplas. Em primeiro lugar, criaria empregos locais e impulsionaria a economia regional. Ao formar uma mão-de-obra especializada no processamento de coltan, o país também poderia reforçar a sua experiência industrial e capacidade de inovação. Além disso, ao gerar receitas fiscais adicionais através de impostos, o Estado congolês poderia investir mais em infra-estruturas e serviços públicos, contribuindo assim para o desenvolvimento sustentável do país.
Além disso, esta abordagem promoveria a paz e a segurança na RDC. Ao oferecer perspectivas de emprego e de desenvolvimento económico às populações locais, ajudaria a reduzir as tensões sociais e a prevenir conflitos ligados à exploração dos recursos naturais. Em última análise, a industrialização do coltan poderia, portanto, desempenhar um papel fundamental na estabilidade e no progresso do país.
Em conclusão, o projecto de investigação realizado pelo ISP/Bukavu destaca a importância estratégica de repensar o sector do coltan na RDC. Ao investir no processamento local destes minerais, o país poderia abrir caminho para um desenvolvimento económico mais inclusivo e sustentável, para benefício de toda a sua população. É tempo de agir para explorar plenamente a riqueza natural do Congo e construir um futuro mais próspero para todos.