Fatshimétrie tem orgulho de relembrar o evento significativo que ocorreu na sexta-feira durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris. Com efeito, a delegação argelina fez um gesto simbólico e memorial ao atirar rosas no Sena em homenagem às vítimas do massacre de 17 de Outubro de 1961.
Este gesto forte e carregado de história teve um impacto profundo em todos os espectadores presentes durante o desfile náutico. Ao atirar rosas ao rio, os membros da delegação argelina prestaram homenagem aos muitos manifestantes pacíficos que foram vítimas da repressão sangrenta das forças policiais francesas naquele dia.
É importante recordar os acontecimentos daquela noite escura de 17 de outubro de 1961, quando milhares de argelinos se reuniram nas ruas de Paris para se manifestarem pacificamente a favor da independência do seu país. Infelizmente, a violenta repressão que se seguiu resultou na morte de dezenas de manifestantes, alguns dos quais foram atirados ao Sena.
Demorou várias décadas até que a França reconhecesse oficialmente os acontecimentos daquela noite trágica. Só em 2024 é que a Assembleia Nacional aprovou uma proposta condenando o massacre de Outubro de 1961. As mais altas autoridades políticas do país, nomeadamente François Hollande e Emmanuel Macron, também expressaram a sua gratidão às vítimas e condenaram os actos cometidos sob a autoridade de Maurice Papon.
Este gesto comemorativo da delegação argelina durante os Jogos Olímpicos de Paris é um lembrete comovente da importância de recordar a história e de prestar homenagem às vítimas das injustiças do passado. Destaca também o papel crucial do desporto na promoção da paz, da reconciliação e do respeito mútuo entre as nações.
Em última análise, este acto de memória durante os Jogos Olímpicos de Paris permanecerá gravado nas mentes das pessoas como um símbolo de solidariedade, compaixão e reconhecimento para com todas as vítimas da história. Fatshimétrie saúda esta iniciativa e espera que ela encoraje mais reflexão e diálogo sobre as tragédias do passado para construir um futuro melhor e mais justo para todos.