O recente conflito entre o Grupo Dangote e os reguladores nigerianos do petróleo e do gás sobre o funcionamento da refinaria está a causar preocupação crescente entre os nigerianos.
Aliko Dangote denunciou uma repetida tentativa de interesses locais e estrangeiros, que descreveu como “máfia”, de obstruir a conclusão da refinaria. Estas alegações foram seguidas por alegações da Autoridade Reguladora de Petróleo e Gás a montante e a jusante da Nigéria (NMDPRA) de que a refinaria estava a produzir produtos de qualidade inferior em comparação com os importados.
O CEO da NMDPRA, Farouk Ahmed, disse que a qualidade do gasóleo da refinaria era de 665 ppm, o que considerou inferior, sugerindo assim que a Nigéria não deveria depender fortemente da refinaria de Dangote para o seu fornecimento de gasóleo. Ahmed revelou ainda que a refinaria ainda não recebeu licença para iniciar operações no país.
Estas declarações foram feitas durante uma conferência de imprensa na Casa do Estado em Abuja, durante a qual Ahmed também refutou as alegações de que o órgão regulador procurava dificultar as operações da refinaria devido à falta de fornecimento de petróleo bruto por parte das empresas petrolíferas internacionais (IOC).
Numa entrevista exclusiva à Fatshimetrie, o homem mais rico de África disse: “Deixem que eles (NNPCL) me comprem e administrem a refinaria da melhor maneira possível. Chamaram-me monopólio. É uma alegação incorreta e injusta, mas tanto faz, se comprarem me expulsasse, pelo menos o chamado monopólio deles desapareceria.”
A refinaria Dangote, de 650 mil barris por dia, inaugurada no ano passado com um custo estimado de 19 mil milhões de dólares, demonstrou potencial para reduzir a dependência da Nigéria de produtos petrolíferos importados e refinados. Esta redução nas importações deveria poupar ao país cerca de 30% das divisas gastas em importações.
Este conflito em curso destaca a importância crítica da produção local de combustíveis de qualidade para garantir a segurança energética da Nigéria e reduzir a sua dependência das importações. A resolução rápida e justa destas disputas é essencial para garantir a viabilidade e prosperidade do sector de petróleo e gás do país.