Fatshimetrie é uma revista online dedicada à sensibilização e ao combate à violência baseada no género na República Democrática do Congo. Numa entrevista exclusiva com a Directora Geral da Agência Nacional de Combate à Violência contra as Mulheres (AVIFEM), Cécile Tshibanda, foram apresentadas recomendações essenciais para fortalecer a legislação existente sobre a violência baseada no género.
Segundo Tshibanda, embora as leis em vigor sejam sólidas, datam de 2006 e não levam em conta a diversidade da violência sofrida pelas mulheres hoje. É, portanto, necessário rever estas leis para melhor suprimir todas as formas de VBG, garantindo assim uma protecção adequada às vítimas. Esta iniciativa insere-se no plano de acção anual da AVIFEM, que visa combater a impunidade, reforçar a prevenção e protecção, apoiar reformas de segurança e justiça e responder às necessidades das vítimas.
A campanha de tolerância zero actualmente liderada pela AVIFEM destaca a importância de mobilizar todos para combater a violência sexual. Os pais são particularmente convidados a quebrar o silêncio em torno da violência doméstica e sexual, porque a prevenção começa com a consciência colectiva da gravidade destes actos. Na verdade, como salienta a Sra. Tshibangu, a violência contra as mulheres é um problema global que transcende fronteiras e culturas.
Cuidar de vítimas de violência sexual é um aspecto essencial do trabalho da AVIFEM. Além de prestar apoio jurídico, psicológico e médico às vítimas de violência, a agência centra-se na reintegração social e profissional dos sobreviventes. O conceito de “cante siling”, que consiste em ouvir a vítima de forma confidencial para estabelecer um plano de cuidados adequado, tem sido destacado como um método eficaz de apoio a pessoas em situação de vulnerabilidade.
Finalmente, a Sra. Tshibangu apela às mulheres para que não permaneçam em silêncio face à violência sexual. A denúncia de atos de violência é essencial para permitir um atendimento adequado às vítimas e para lutar contra a impunidade dos agressores. A sensibilização e a mobilização de toda a população são alavancas fundamentais para reduzir estes flagelos e promover uma sociedade mais justa e igualitária.
Em conclusão, o compromisso da AVIFEM na luta contra a violência baseada no género na RDC é crucial para garantir a protecção das mulheres e a defesa dos seus direitos. A revisão das leis nesta área, a sensibilização contínua e o cuidado holístico às vítimas são caminhos a explorar para construir um futuro onde a violência contra as mulheres não terá mais lugar.