Fatshimetrie, um olhar sobre a história e a memória: comemoração do 50º aniversário da invasão turca de Chipre em 1974

Fatshimetrie, um olhar sobre a história e a memória: comemoração do 50º aniversário da invasão turca de Chipre em 1974

Hoje, Chipre assinala um ponto de viragem comovente na sua história com a comemoração dos 50 anos desde a invasão turca da ilha em 1974, um acontecimento que mudou profundamente o seu destino.

No norte de Chipre, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, participará numa parada militar celebrando o que os cipriotas turcos consideram a sua libertação e a fundação do seu autoproclamado Estado. Este desfile faz parte das festividades destacando o seu sentido de liberdade e soberania.

Por outro lado, no sul de Chipre, o dia é marcado por comemorações solenes. As cerimónias memoriais terão lugar em toda a região, incluindo um grande evento no Palácio Presidencial em Nicósia, que contará com a presença do primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis. É a primeira vez que um primeiro-ministro grego participa numa cerimónia deste tipo, sublinhando a seriedade da ocasião.

O conflito remonta a 1974, quando a Turquia invadiu Chipre na sequência de um breve golpe de Estado da junta militar grega, que derrubou o governo legítimo de Chipre. A invasão foi justificada pela Turquia como uma intervenção necessária nos seus direitos como potência garante, ao lado da Grécia e da Grã-Bretanha, para restaurar a ordem constitucional. O golpe de Estado da Grécia levou ao colapso da sua ditadura militar de sete anos, mas a invasão turca levou a uma divisão duradoura da ilha.

Desde então, Chipre permanece dividido, com uma zona tampão da ONU que separa o norte controlado pela Turquia do sul internacionalmente reconhecido. Apesar da restauração da ordem constitucional em Chipre, a Turquia não retirou as suas tropas e a Grã-Bretanha mantém o controlo de 3% do território cipriota como bases soberanas.

Este quinquagésimo aniversário recorda o impacto duradouro da invasão em Chipre, com as celebrações no Norte a contrastar fortemente com a memória solene no Sul. É um momento onde a história e a memória se unem para testemunhar as cicatrizes ainda abertas deste conflito passado que continua a moldar o presente da ilha dividida.

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