O recente deslizamento de terras na mina artesanal de Tulizembe, na República Democrática do Congo, custou tragicamente a vida de nove escavadores artesanais. Esta notícia, tão comovente quanto preocupante, destaca uma série de incidentes trágicos ocorridos nesta mesma pedreira nos últimos meses. Na verdade, no espaço de apenas três meses, foram notificadas 17 mortes nesta mina artesanal, todas trabalhadoras artesanais.
Esta onda de acidentes suscitou a preocupação do Observatório dos Recursos Naturais da África Austral, uma organização não governamental que apelou à responsabilidade do Estado para garantir a segurança dos trabalhadores artesanais. Foi apontada a negligência dos responsáveis da cooperativa mineira CMKK, nomeadamente por terem autorizado trabalhadores a trabalhar no período nocturno, em violação das regras estabelecidas pelo serviço técnico do Ministério das Minas.
Estes acontecimentos trágicos não são apenas devastadores para as famílias das vítimas, mas também podem ter repercussões na cadeia de abastecimento de minerais artesanais e na reputação do cobalto de origem congolesa. É imperativo que sejam realizadas investigações para estabelecer a responsabilidade por estes acidentes e que sejam tomadas medidas rigorosas para prevenir futuras tragédias.
O diretor da cooperativa CMKK reconheceu que a maioria dos mineiros eram ilegais e não registados, destacando assim a complexidade da situação. É crucial que sejam tomadas medidas concretas para garantir a segurança dos trabalhadores e evitar novas tragédias. A SAEMAP, direcção provincial de Lualaba, já tomou medidas para proteger o local enquanto aguarda uma investigação aprofundada sobre as causas destes acidentes.
Neste contexto da mineração artesanal, é essencial que as autoridades tomem medidas eficazes para garantir a segurança dos trabalhadores e prevenir futuras tragédias. Estão em jogo as vidas e a dignidade destes homens e mulheres que arriscam as suas vidas todos os dias para satisfazer as suas necessidades. É hora de agir com firmeza e determinação para pôr fim a estas tragédias repetitivas nas minas artesanais da RDC.