Contestando o imposto sobre as exportações agrícolas no Kivu do Norte: os produtores estão a mobilizar-se para defender os seus interesses

**Contestação do imposto sobre as exportações agrícolas no Kivu do Norte: uma medida controversa questionada pelos produtores**

A recente decisão de impor um imposto de 1% sobre as exportações agrícolas na região de Beni, Kivu do Norte, provocou uma onda de protestos entre os produtores de cacau, café e outros produtos agrícolas da região. A Associação dos Exportadores destes produtos reagiu fortemente contra esta medida, destacando vários pontos de protesto que colocam em causa a legitimidade e o impacto deste imposto no sector agrícola local.

Para o coordenador nacional da associação, Serge Kambale Kwiratiwe, este imposto representa uma flagrante violação da lei agrícola em vigor no país. Na verdade, a lei prevê um limite máximo de 0,25% para os serviços que operam na fronteira, bem abaixo da taxa de 1% imposta aos exportadores. Esta disparidade cria um desequilíbrio e uma injustiça para os produtores locais, comprometendo assim a sua competitividade nos mercados internacionais.

Além disso, Serge Kambale sublinha que esta medida poderá incentivar a fraude e o contrabando de produtos agrícolas para os países vizinhos, em detrimento dos exportadores locais que respeitam as leis em vigor. Este imposto poderia, portanto, ter um efeito contraproducente, incentivando práticas ilegais e enfraquecendo os produtores locais.

A associação contesta também a legitimidade deste imposto, pondo em causa a própria existência de um acordo entre a província do Kivu do Norte e a FEC/Kivu do Norte. Esta incerteza reforça dúvidas sobre a justificação deste imposto e levanta questões sobre a sua legalidade.

Perante estas questões, a associação manifestou claramente a sua posição ao exigir a retirada imediata deste imposto, considerado injusto e contraproducente. Alerta para as consequências socioeconómicas nefastas que esta medida pode causar, limitando o investimento dos operadores económicos da região e comprometendo o futuro dos produtores agrícolas locais.

Num ultimato inequívoco, a associação ameaçou lançar uma greve a partir de sexta-feira, 5 de Julho, se o governo provincial não revertesse a sua decisão de impor este imposto às exportações agrícolas. Uma firmeza que atesta a determinação dos produtores em defender os seus interesses e em lutar contra medidas consideradas prejudiciais à sua actividade.

Apesar das tentativas da Rádio Okapi para obter a reacção das autoridades envolvidas, nenhuma resposta foi obtida até agora, deixando um clima de incerteza sobre o futuro deste controverso imposto.

Em conclusão, a contestação do imposto sobre as exportações agrícolas no Kivu do Norte revela as tensões e questões que rodeiam o sector agrícola na região.. Os produtores locais mobilizam-se para defender os seus interesses e reafirmar o seu direito a uma actividade económica justa e equitativa, longe de medidas arbitrárias e penalizadoras. Cabe agora às autoridades ter em conta estas preocupações legítimas e reavaliar a relevância deste imposto para garantir o desenvolvimento sustentável do sector agrícola no Kivu do Norte.

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