O conflito na região de Lubero, entre o exército e o M23-RDF, continua a suscitar sérias preocupações sobre o seu impacto nas populações locais. A recente tomada das cidades de Kanyabayonga, Kayna e Kirumba pelo M23-RDF mergulhou estas áreas num estado de paralisia, afectando gravemente a vida quotidiana dos habitantes. Na verdade, as deslocações massivas da população e a ameaça constante de confrontos armados mergulharam a região numa atmosfera de medo e incerteza.
A situação é ainda mais preocupante porque eventos importantes, como o final do ano letivo 2023-2024 e a proclamação dos resultados dos alunos, não puderam ser celebrados como planeado nas cidades ocupadas pelo M23-RDF. As escolas de Kirumba, Kayna, Kanyabayonga, Luofu e Miriki não conseguiram terminar o ano letivo de forma pacífica, evidenciando assim as dificuldades encontradas pelas crianças e famílias que vivem sob a influência dos rebeldes.
Os testemunhos recolhidos junto dos intervenientes educativos locais demonstram os desafios enfrentados pelos residentes destas áreas. Os riscos associados ao ajuntamento de crianças nas escolas, expostas a potenciais ataques ou explosões de bombas, obrigaram as autoridades a adiar a proclamação dos resultados escolares, criando assim um preocupante vazio educativo e social. Além disso, o regresso gradual das pessoas deslocadas às suas casas, apesar das condições difíceis, sublinha a resiliência e a determinação das comunidades locais em reconstruir as suas vidas apesar dos obstáculos.
A presença contínua do M23-RDF na região de Lubero levanta questões sobre a capacidade das autoridades de garantir a segurança e protecção dos civis. Os recentes combates entre as FARDC e o M23 em Kaseghe demonstram a persistência de tensões e confrontos armados, pondo em perigo a vida e a segurança dos habitantes da região. As intervenções dos jovens wazalendo, apoiados pelo exército, reflectem o desejo de certos grupos de se oporem à expansão dos rebeldes e de defenderem as suas terras.
Perante esta escalada de violência e a crescente ocupação de territórios pelos rebeldes, a sociedade civil do Kivu do Norte manifesta a sua profunda preocupação e condena as retiradas estratégicas das FARDC face ao avanço do M23-RDF. A necessidade de uma acção coordenada e eficaz para proteger as populações vulneráveis e restaurar a paz na região torna-se cada vez mais urgente. É imperativo que as autoridades congolesas e a comunidade internacional redobrem os seus esforços para acabar com este ciclo de violência e garantir a segurança e o bem-estar dos civis na região de Lubero.