No âmbito das suas funções, Fatshimetrie lançou uma vasta investigação sobre os crimes económicos que abalaram o Mali, por ocasião da abertura de uma sessão especial do Tribunal Assize de Bamako em Julho de 2024. Esta sessão, que durou dois meses, seguiu-se a numerosos escândalos que abalaram o país e provocou indignação na população.
Um dos casos mais esperados diz respeito ao desvio de fundos no sector do algodão, envolvendo Bakary Togola, apelidado de “o rei do algodão”, bem como onze co-réus. As acusações incluem danos à propriedade pública e falsificação e uso de falsificação. Este caso, que já tinha sido objeto de tramitação em 2021, suscita fortes expectativas quanto ao seu desfecho neste novo julgamento.
Ao mesmo tempo, outros casos de corrupção e má gestão serão examinados durante esta sessão especial. Empresas públicas como a ADM, Aéroports du Mali, Somagep, INPS, CICB e o hospital Point G estarão no centro dos debates, destacando as práticas questionáveis que têm prevalecido na gestão destas entidades.
Contudo, certas questões-chave não recebem atenção durante esta sessão. O caso relativo à EDM, a empresa pública de electricidade, e as acusações de roubo de geradores e camiões-cisterna envolvendo vários altos executivos e o ex-ministro Seydou Lamine Traoré não estão na agenda, embora estejam previstos no calendário casos de peculato ligados à EDM.
Da mesma forma, o caso dos contratos de equipamento militar sobrefacturados, que remonta a 2014 e envolve antigos altos funcionários, incluindo o antigo primeiro-ministro Soumeylou Boubeye Maïga, continua por resolver, devido à falta de encerramento da investigação. As autoridades recusaram a evacuação médica do antigo Primeiro-Ministro, que morreu sob custódia, levantando questões sobre o real desejo de esclarecer este assunto delicado.
Esta tabela elaborada pelo Tribunal de Justiça de Bamako revela a complexidade das questões ligadas à luta contra a corrupção e os crimes económicos no Mali. A Justiça está a tentar esclarecer casos que abalaram profundamente a confiança dos cidadãos nas instituições. A esperança de ver condenados os responsáveis por estes actos constitui um grande desafio para o país, em busca de transparência e moralização da vida pública.