Em 2023, o relatório da ONU sobre violações contra crianças revela uma triste realidade: o número de violações contra elas atingiu um nível sem precedentes em quase uma década. Virginia Gamba, Representante Especial da ONU para as Crianças, informou ao Conselho de Segurança que foram cometidas 32.990 violações graves contra 22.557 crianças durante o ano passado.
Estas violações incluem actos como o assassinato e a mutilação de crianças, bem como o seu recrutamento e utilização para conflitos. Além disso, o relatório também destaca a negação do acesso humanitário e o rapto de crianças. De forma alarmante, 5.301 crianças perderam a vida e 6.348 ficaram feridas, representando um aumento de 35% em relação aos anos anteriores.
O recrutamento e utilização de crianças também atingiu níveis preocupantes em 2023, com 8.655 casos verificados, dos quais aproximadamente 15% envolvem meninas, tornando-as as principais vítimas de múltiplas violações quando recrutadas ou utilizadas. Os raptos de crianças continuaram a um ritmo elevado, com 4.356 vítimas de rapto verificadas durante o ano.
Virginia Gamba sublinhou que as partes em conflito não devem sacrificar a vida e o bem-estar das crianças quando recorrem à força armada, indo contra a Carta das Nações Unidas. É crucial compreender que não existe desculpa válida para ferir crianças durante conflitos armados.
Este relatório destaca uma triste realidade que sublinha a necessidade urgente de proteger as crianças em situações de conflito e de prevenir tais violações no futuro. É imperativo que todos os intervenientes envolvidos nos conflitos atuem de acordo com os princípios fundamentais da protecção da criança e garantam que as crianças sejam tratadas com dignidade e respeito em todas as circunstâncias. Só tomando medidas rápidas e eficazes para acabar com este abuso poderemos garantir um futuro mais seguro e mais justo para as crianças em todo o mundo.
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