A crise humanitária no Sudão: a agonia do sistema de saúde

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A crise humanitária no Sudão: um sistema de saúde de joelhos

Durante mais de 14 meses, o Sudão esteve mergulhado num conflito que teve consequências devastadoras no seu sistema de saúde. Muitos hospitais e instalações médicas estão fechados, danificados ou destruídos, deixando a população sem acesso aos cuidados necessários. Em Omdurman, os hospitais estão abandonados, simbolizando a angústia de um sector que luta para sobreviver.

Os médicos alertam para o encerramento iminente de certas estruturas de saúde, incapazes de fazer face ao afluxo de pacientes e aos recursos limitados. O Dr. Ammar Moatasem, que trabalha num centro de diálise, lamenta a incapacidade de seguir os protocolos de tratamento devido à falta de recursos.

Awad Mohamed, um paciente do centro, expressa a sua frustração perante a incerteza de um futuro melhor. A guerra civil que eclodiu há mais de um ano já deixou milhares de mortos e dezenas de milhares de feridos, segundo as Nações Unidas, embora activistas dos direitos humanos estimem que o número real possa ser maior.

A Organização Mundial da Saúde informa que 15 milhões de pessoas estão privadas de acesso aos cuidados de saúde, enquanto 70 a 80% da infraestrutura médica está inoperante. Manal Fadl, uma mãe deslocada no Sudão, não conseguiu receber cuidados médicos adequados após uma cirurgia cardíaca pouco antes do início da guerra.

O conflito resultou na maior crise de deslocamento do mundo, com mais de 11 milhões de pessoas forçadas a fugir das suas casas. Segundo a Agência das Nações Unidas para as Migrações, mais de 10 milhões de pessoas estão deslocadas internamente no Sudão, o que representa um quarto da população desenraizada pela guerra.

A terrível situação do sistema de saúde no Sudão revela a urgência da mobilização internacional para salvar vidas e reconstruir um sector médico devastado. Os esforços humanitários devem ser reforçados para evitar um verdadeiro desastre sanitário e oferecer esperança de cura às populações vítimas deste conflito mortal.

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