O doloroso apelo à paz no Sudão: não vamos desviar o olhar

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No actual contexto de tensões e violência que persistem no Sudão desde Abril passado, o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, lança um apelo comovente para não esquecermos o conflito que assola este país africano. Durante uma visita ao centro de trânsito de Renk, localizado no Estado do Alto Nilo, no Sudão do Sul e perto da fronteira com o Sudão, Grandi sublinhou a importância crucial de alcançar a paz.

Este centro de trânsito, inicialmente concebido para acomodar 4.000 pessoas, acomoda agora mais de 13.000 pessoas, demonstrando a gravidade da crise humanitária que assola a região. Durante a sua visita, o chefe do ACNUR conheceu a família de Babiker Suliman, que chegou a Renk em dezembro de 2023 para escapar dos confrontos em El-Fasher, na região de Darfur, no Sudão.

A família sudanesa de 13 pessoas vive num abrigo comunitário partilhado com outras duas famílias, o que evidencia as precárias condições de vida das populações deslocadas. Em Junho passado, as Nações Unidas informaram que o número de pessoas deslocadas internamente no Sudão ultrapassou os 10 milhões, um sinal da escala desastrosa do conflito.

O recente conflito no Sudão eclodiu no ano passado, degenerando em confrontos abertos entre líderes militares e Forças de Apoio Rápido, causando caos e violência em Cartum e em todo o país. O custo humano é trágico, com mais de 14 mil pessoas mortas, milhares de feridos e uma população à beira da fome.

Perante esta situação alarmante, é imperativo não desviar o olhar, mas, pelo contrário, aumentar a consciência sobre a crise humanitária que afecta o Sudão. A comunidade internacional deve redobrar os seus esforços para apoiar as populações afectadas e trabalhar em prol da paz e da estabilidade na região. Só a mobilização colectiva e coordenada permitirá encontrar soluções concretas e duradouras para esta crise em curso e oferecer um futuro melhor aos milhões de pessoas afectadas pelo conflito.

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