**Fatimetria: As tensões entre o Sudão e os Emirados Árabes Unidos alimentam o conflito em Darfur**
Durante mais de um ano, o Sudão foi assolado por um conflito devastador na região de Darfur. As recentes acusações do governo sudanês contra os Emirados Árabes Unidos, acusando-o de apoiar o conflito através do fornecimento de armas a uma força paramilitar rival, levantam questões importantes sobre o envolvimento de actores regionais no conflito mortal.
Os Emirados Árabes Unidos rejeitaram as acusações, chamando-as de “ridículas” e deplorando o uso indevido por uma das partes em conflito. No entanto, as provas apresentadas pelo Sudão parecem indicar que as armas fornecidas pelos EAU ajudaram a alimentar as atrocidades que ocorrem sistematicamente ao longo de linhas étnicas em Darfur.
Numa recente reunião do Conselho de Segurança da ONU, a Secretária-Geral Adjunta Martha Pobee alertou para as atrocidades em Darfur e apelou a um cessar-fogo imediato na capital do Norte de Darfur, El Fasher. Esta cidade está sitiada pelas forças paramilitares de Apoio Rápido, apoiadas, segundo o governo sudanês, por armas dos Emirados Árabes Unidos.
Apesar das negativas dos Emirados Árabes Unidos e dos apelos da comunidade internacional para o fim do conflito, a situação no terreno continua crítica. Milhões de civis estão encurralados na violência e na insegurança, enfrentando a perspectiva iminente de fome. Os bombardeamentos indiscriminados e os actos de violência sexual continuam a ocorrer, aumentando o receio do pior para o povo de Darfur.
A crise no Sudão ilustra mais uma vez as consequências devastadoras dos conflitos alimentados por intervenientes regionais. Darfur, já marcado por décadas de violência e deslocações massivas de população, é hoje palco de uma nova tragédia, onde dezenas de milhares de vidas estão em risco.
É imperativo que a comunidade internacional intensifique os seus esforços para acabar com a violência no Sudão e responsabilizar os países que alimentam este conflito mortal. A paz e a estabilidade em Darfur só podem ser alcançadas através de um compromisso colectivo para acabar com a impunidade e trabalhar no sentido de uma resolução pacífica e duradoura para a crise.
O Sudão, os Emirados Árabes Unidos e todos os intervenientes envolvidos no conflito devem demonstrar responsabilidade e vontade política para alcançar uma paz justa e duradoura. O futuro de Darfur e do seu povo depende da capacidade das partes interessadas trabalharem em conjunto para acabar com a violência e preparar o caminho para a reconciliação e a reconstrução.
Em conclusão, a crise no Sudão sublinha a urgência de uma acção concertada e determinada para pôr fim às atrocidades e trazer a paz à região de Darfur.. Os EAU e outros actores regionais devem desempenhar um papel construtivo na resolução do conflito, respeitando as normas do direito internacional e promovendo o diálogo e a cooperação para acabar com a violência e o sofrimento civil.