A epidemia de Monkeypox na RDC: apelo urgente para uma ação global e coordenada

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A epidemia de varíola dos macacos que actualmente assola a República Democrática do Congo tornou-se numa crise de saúde verdadeiramente sem precedentes. De acordo com as últimas estatísticas, vinte e quatro das vinte e seis províncias do país foram afectadas por esta doença viral, com consequências alarmantes. A médica Cris Kacita, responsável pelas operações do Programa Nacional de Combate à Varíola Macaca e às febres hemorrágicas virais, alerta sobre a gravidade da situação.

Os movimentos populacionais descontrolados, nomeadamente por via fluvial, favoreceram a rápida propagação do vírus, com transmissão significativa através do contacto sexual. Os números são claros: no ano passado, a RDC registou 14.000 casos de varíola dos macacos e 600 mortes. Em apenas alguns meses de 2024, o país já conta com quase 8.600 casos e 410 mortes, o que demonstra a virulência da epidemia.

A situação é particularmente preocupante nas províncias recentemente afectadas, como o Kivu do Norte, onde a aglomeração e a deslocação de populações devido a conflitos armados aumentam o risco de propagação da doença. Em Goma foram registados três casos, enquanto noutras regiões, como Kinshasa, são notificados casos de outras províncias.

A Dra. Cris Kacita acredita que uma resposta eficaz a esta crise requer recursos financeiros substanciais. É necessário um montante de 84 milhões de dólares para implementar medidas de prevenção e tratamento nas províncias mais afectadas. No entanto, até à data, apenas foram mobilizados 8 milhões de dólares, o que realça a necessidade real de apoio financeiro para conter a epidemia.

Perante esta situação crítica, é essencial uma acção imediata e coordenada. O plano de resposta lançado na província de Equateur em parceria com a OMS deverá servir de modelo para combater a propagação da varíola dos macacos. A mobilização da comunidade internacional e dos intervenientes locais é crucial para evitar que a RDC se torne um foco de infecção para outros países.

Em conclusão, é essencial sublinhar a urgência de uma resposta global e unida para conter e erradicar a epidemia de varíola dos macacos na RDC. A saúde pública deve ser uma prioridade máxima e todos os meios necessários devem ser mobilizados para proteger a população e prevenir uma catástrofe sanitária em grande escala.

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