A observação feita nos bastidores dos conselhos municipais de Kenge revela uma realidade preocupante: a flagrante falta de infra-estruturas adequadas para acomodar as actividades de tomada de decisão das autoridades locais. Num contexto em que a governação e a transparência são questões importantes para o desenvolvimento das comunidades, esta deficiência coloca sérios desafios aos governantes eleitos locais que lutam para exercer plenamente as suas funções.
Imagine um cenário onde vereadores de diferentes localidades se reúnem para alugar salão de festas, cadeiras ou até mesmo sistema de som para realizar suas reuniões plenárias. Esta imagem, distante do sentido do Estado e da dignidade do serviço público, testemunha uma precariedade administrativa inaceitável. A gestão dos arquivos não fica de fora, sendo confiada às mãos precárias de secretários ou presidentes de gabinete, que os guardam nas suas residências privadas.
É lamentável constatar que estes conselhos municipais, pilares da democracia local, estão abandonados há quatro anos, privados de custos de funcionamento essenciais para garantir o bom funcionamento das suas atividades. Os funcionários eleitos encontram-se assim numa situação grotesca em que o Estado congolês não cumpre as suas obrigações em termos de apoio financeiro. Os custos e taxas de instalação e operação continuam por pagar, deixando os consultores numa situação precária e ingrata.
Esta situação alarmante põe em causa a necessidade urgente de dotar as câmaras municipais dos meios necessários ao seu bom funcionamento. Devem ser criadas infra-estruturas adequadas para garantir condições de trabalho dignas a estes funcionários eleitos que trabalham ao serviço dos seus concidadãos. A transparência e a boa governação a nível local são pilares essenciais para garantir o bem-estar das populações e promover o desenvolvimento harmonioso dos territórios.
É portanto imperativo que as autoridades competentes tomem consciência da urgência da situação e actuem rapidamente para aliviar este problema estrutural que tem um grave impacto no bom funcionamento das actividades dos conselhos municipais de Kenge. Os governantes eleitos locais merecem o apoio adequado do Estado para cumprirem eficazmente a sua missão de servir a população. É tempo de restaurar a dignidade e a autoridade das instituições locais, oferecendo-lhes as condições necessárias para que floresçam e cumpram a sua missão republicana.