Com o mercado global de cobalto a registar atualmente um excedente de oferta, a China está a posicionar-se para comprar volumes recorde deste metal estratégico em 2024. Com compras planeadas de 15.000 toneladas, o gigante asiático procura reforçar as suas reservas num contexto de queda de preços.
Esta decisão estratégica da China ocorre num momento em que o preço do cobalto está em torno de 27.000 dólares por tonelada na Bolsa de Metais de Londres, um nível relativamente baixo desde 2019. Apesar de um excedente esperado de 20.000 toneladas este ano, as compras de importações da China poderiam ajudar a reduzir este excedente, embora não será suficiente para provocar um aumento de preços no curto prazo.
Segundo o Cobalt Institute, organização especializada no estudo e análise do mercado de cobalto, as actuais expectativas de excedente manterão os preços temporariamente baixos. No entanto, à medida que a procura se aproxima da oferta, poderá ser considerado um aumento de preços. Deve-se notar que o aumento na oferta global é em grande parte atribuído à CMOC da China, que ultrapassou a Glencore da Suíça para se tornar o maior produtor mundial de cobalto.
Activa em duas minas na República Democrática do Congo, a CMOC produziu 55.526 toneladas de cobalto em 2023 e tem como meta 60.000 toneladas para o ano em curso. Esta dinâmica de mercado demonstra a importância crescente da China no sector do cobalto e o seu desejo de garantir o seu abastecimento para satisfazer as suas crescentes necessidades industriais.
Em suma, a corrida à compra de cobalto pela China em 2024 reflecte os actuais desafios do mercado global deste metal essencial e testemunha os esforços envidados pelos principais intervenientes para garantir um fornecimento estável e sustentável num contexto de maior concorrência.