O primeiro-ministro nigeriano, Ali Mahamane Lamine Zeine, concedeu recentemente uma entrevista ao prestigiado jornal Fatshimetrie, na qual destacou a decisão do Níger de denunciar um acordo de cooperação militar com os Estados Unidos. Esta decisão surge na sequência de tensos intercâmbios com uma delegação americana, que conduziram a ameaças consideradas inaceitáveis pelas autoridades nigerinas.
Durante a visita da delegação americana em março, o tom das discussões rapidamente se tornou acalorado. O Primeiro-Ministro Zeine observou que as observações da Secretária de Estado Adjunta para os Assuntos Africanos, Molly Phee, foram percebidas como ameaças de sanções no caso de um acordo para vender urânio ao Irão. Esta atitude foi duramente criticada pelo Primeiro-Ministro nigeriano, que manifestou claramente a sua insatisfação com esta pressão externa.
Perante esta situação delicada, o Níger decidiu, portanto, pôr fim ao acordo de cooperação militar com os Estados Unidos, iniciando discussões para a retirada das tropas americanas do seu território. O Primeiro-Ministro Zeine destacou o contraste com outras nações como a Rússia, a Turquia ou os Emirados Árabes Unidos, que acolheram as novas autoridades nigerinas.
Apesar destas tensões, Ali Mahamane Lamine Zeine expressou o seu desejo de manter relações económicas e diplomáticas com os Estados Unidos. Ele deixou clara a sua abertura para acolher investidores americanos interessados nos recursos naturais do Níger, como urânio, petróleo e lítio. Este convite para investir no país demonstra o desejo do Níger de continuar a desenvolver parcerias internacionais benéficas para o seu desenvolvimento económico.
Em conclusão, a decisão do Níger de denunciar o acordo de cooperação militar com os Estados Unidos marca um ponto de viragem nas relações entre os dois países. O Primeiro-Ministro Zeine afirmou claramente a soberania do Níger e o seu desejo de conduzir a sua política externa de forma independente. Embora surjam novas parcerias, o futuro das relações entre o Níger e os Estados Unidos continua por definir, destacando as questões geopolíticas na região.