A eletrificação em África continua a ser uma das principais preocupações de muitos países do continente. Apesar dos esforços para aumentar a disponibilidade de eletricidade, um relatório recente do Afrobarómetro da Rede Pan-Africana de Investigação destaca os desafios persistentes enfrentados por muitos agregados familiares. O relatório, intitulado “A lacuna de eletricidade: progressos ligeiros e desiguais ainda não chegaram a muitos africanos”, revela que apenas 44% dos agregados familiares beneficiam de um fornecimento fiável de eletricidade.
As disparidades entre os países são significativas, com algumas nações, como Maurícias e Seicheles, apresentando taxas elevadas de fornecimento fiável de eletricidade (99% e 96%, respetivamente), enquanto outros, como Malawi e Serra Leoa, enfrentam números alarmantes, com apenas um em cada dez agregados familiares a receber o serviço.
Além disso, o acesso à eletricidade revela desigualdades entre áreas urbanas (65%) e rurais (24%). Há também uma correlação entre a situação financeira e a qualidade do serviço elétrico, mostrando que o acesso à eletricidade está condicionado pelo nível econômico dos indivíduos.
Apesar dos progressos tímidos ao longo dos anos, o relatório destaca que o aumento da proporção de agregados familiares com fornecimento estável de eletricidade continua a ser lento, com um aumento médio de apenas 4 pontos percentuais em uma década. Ademais, mais de dois terços da população africana vivem em áreas com rede elétrica, mas apenas 60% estão efetivamente ligados.
O estudo também destaca o impacto dos custos no acesso à eletricidade, revelando que cerca de 40% das casas não possuem ligação elétrica devido a limitações financeiras ou falta de infraestrutura. Assim, a eletrificação em África continua a ser um grande desafio, exigindo a implementação de políticas energéticas inclusivas e sustentáveis para garantir o acesso equitativo à eletricidade e promover o desenvolvimento socioeconômico das nações africanas.