Mulheres de Fapaha: Cultivando Autonomia e Igualdade através de uma Cooperativa Agrícola

Na aldeia de Fapaha, localizada no norte da Costa do Marfim, um grupo de mulheres formou uma cooperativa com o objetivo de cultivar vegetais e comercializar seus produtos no mercado local. Isso possibilitou que elas sustentassem suas famílias de forma independente, sem depender de assistência externa.

Mariam Sulue, secretária da Associação de Mulheres de Fapaha, compartilhou sua experiência: “Antes, quando não tínhamos plantações de cebola, eu precisava pedir ajuda e me desculpar. Agora, não dependo mais de ninguém”.

O Programa Alimentar Mundial apoiou esse projeto fornecendo ferramentas agrícolas e meios para que pudessem vender seus produtos à cantina escolar local.

Olivia Hantz, chefe do PMA na Costa do Marfim, enfatizou: “Apoiamos diversos grupos de agricultores, principalmente mulheres, fornecendo insumos agrícolas e orientação técnica”.

Além de promover a produção agrícola, essa iniciativa permitiu que as mulheres assumissem um papel significativo na comunidade, desafiando a predominância masculina em áreas rurais.

Jean-Marie Biada, analista econômico, observou: “Mulheres que trabalham na horta conquistam um lugar de destaque na hierarquia da aldeia”.

Durante a colaboração da cooperativa com a cantina escolar local nos anos de 2022 e 2023, foram produzidas 25 toneladas de vegetais em 40 hectares e 10 toneladas em 18 hectares.

Um estudo financiado pelo Reino Unido em 2020 revelou que 42,9% das mulheres na Costa do Marfim trabalham no setor agrícola, o que as torna majoritárias nesse ramo.

No entanto, as mulheres continuam vulneráveis na agricultura devido às questões fundiárias que frequentemente beneficiam os homens.

Apenas 8% das mulheres possuem terras, em comparação com 22% dos homens. Além disso, muitas mulheres perdem o acesso à terra quando seus maridos falecem, sendo esperado que retornem à família antes do casamento.

Através dessa cooperativa, as mulheres conquistaram autonomia econômica e contribuíram ativamente para o desenvolvimento comunitário. Com determinação, estão desafiando normas tradicionais, trabalhando por um futuro igualitário e próspero para todos.

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