Beni: Luto e raiva após os massacres de civis

Na cidade de Beni, um vento de luto e raiva sopra pelas ruas desde a manhã de terça-feira, 16 de abril. As atividades socioeconómicas estão paralisadas a pedido de movimentos de cidadãos e grupos de pressão, convidando a população a observar dois dias de luto. Expressam assim a sua indignação perante o aumento dos massacres de civis e a inacção dos serviços de segurança.

Os acontecimentos recentes mergulharam a população numa profunda consternação. Os ataques das ADF semearam o terror, deixando dezenas de civis sem vida em Beni e na comuna de Mangina. O grito de revolta foi ouvido através de gestos simbólicos, como o despejo e queima de lixo na estrada, bem como o estabelecimento de barricadas em diferentes bairros, nomeadamente em Mulekera, cenário de violência recorrente.

A revolta é palpável. As empresas estão fechadas, as escolas mandaram os alunos para casa e até os mototáxis pararam de circular. Os moradores manifestam a sua insatisfação com a incompetência do conselho de segurança urbana e exigem medidas concretas para pôr fim às matanças. Apelam ao alívio das tropas presentes há mais de uma década e esperam a chegada de novas tropas capazes de proteger a região.

O movimento grevista promete ser uma demonstração de determinação e solidariedade. Os organizadores anunciam sua prorrogação para o dia seguinte. Entretanto, famílias enlutadas enterraram os 15 civis decapitados pelos rebeldes das ADF em Mulekera.

Num contexto de desolação e de apelos por justiça, Beni levanta-se para exigir um futuro mais seguro e justo. A determinação dos cidadãos em fazerem ouvir as suas vozes é palpável, um sinal de uma comunidade forte face à adversidade. Esperemos que as suas reivindicações sejam ouvidas e que a paz possa finalmente reinar nesta região devastada pela violência.

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