Reinventando Museus para Jovens: A Arte da Conexão e do Engajamento

A Fatshimetrie é um desafio significativo do nosso tempo: como despertar o interesse dos jovens pelos museus e incentivá-los a se envolver com seu patrimônio cultural e histórico. Com a maioria dos visitantes de museus tendo mais de 30 anos, é crucial encontrar maneiras de atrair os jovens para essas instituições, garantindo assim a preservação de nosso patrimônio cultural para as gerações futuras.

Em um mundo onde os jovens passam em média mais de sete horas por dia diante das telas, o desafio é ainda maior. Muitos deles estão imersos nas redes sociais e preferem o entretenimento online, o que resultou em uma espécie de “Netflixificação do lazer”. Por que sair de casa quando podem ter entretenimento altamente personalizado acessível de qualquer lugar?

Para incentivar os jovens a deixarem as telas e visitarem os museus, é fundamental criar experiências atraentes e envolventes. Sabine Lehmann, fundadora da Associação Africana de Experiências e Atrações para Visitantes (AAVEA) e diretora da agência de consultoria Curiositas, destaca a importância de adaptar as atrações turísticas, especialmente os museus e locais patrimoniais, para atender às necessidades dos usuários.

Envolvê-los com produtos e serviços é essencial no design thinking. Essa abordagem inovadora incentiva os indivíduos a questionarem suas próprias suposições sobre o uso de produtos ou serviços, buscando soluções criativas e centradas no ser humano para resolver problemas.

Recentemente, na Conferência “Reinventando Patrimônio e Museus”, 100 delegados exploraram esse tema a fundo, participando de uma sessão de design thinking na Hasso Plattner d-school Afrika. O objetivo era repensar os museus do futuro, colocando as necessidades dos visitantes em primeiro plano.

Ao se colocarem no lugar dos usuários, os delegados puderam visualizar as instituições patrimoniais não mais como repositórios estáticos de objetos, mas como espaços dinâmicos de diálogo, descoberta e criatividade – em outras palavras, espaços de conexão humana.

Apesar do domínio da tecnologia, é paradoxal que 73% da Geração Z se sinta sozinha. Isso evidencia que eles anseiam por conexão humana, algo que os museus e locais históricos poderiam proporcionar.

Iniciativas como as “Primeiras Quintas-feiras” no centro da Cidade do Cabo estão obtendo sucesso. Galerias e museus abrem suas portas uma vez por mês, vendem bebidas e tocam música, atraindo muitos jovens e crianças acompanhados pelos pais.

Para atrair os jovens para os museus, é essencial reduzir barreiras como preços de entrada elevados, horários inconvenientes e conteúdos específicos das exposições. É preciso passar de um modelo de espectador para uma participação centrada no ser humano para atrair a Geração Z.

Se quisermos reinventar espaços museológicos, precisamos pensar em como um determinado local pode fortalecer as conexões entre os indivíduos, oferecendo oportunidades de conexão em vez de isolamento.

Para despertar o interesse dos jovens pelos museus, é fundamental tornar as visitas interessantes e atraentes, compartilhando aventuras e personalizando conteúdos para tornar os passeios mais relevantes aos seus interesses, melhorando assim sua experiência. É hora de reduzir a lacuna entre o entretenimento individualizado em casa e as atividades coletivas fora de casa.

Em resumo, para enfrentar o desafio da Fatshimetrie e atrair os jovens para os museus, é essencial conceber experiências envolventes e centradas no ser humano, oferecendo espaços propícios à conexão, à descoberta e à criatividade.

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