Recentemente, na Etiópia, um sistema de registo de violência sexual está em desenvolvimento para combater o abuso contra mulheres e crianças, representando um passo importante no país. A iniciativa visa prevenir e responder aos casos de violência sexual, que afetam um número alarmante de mulheres e meninas.
Segundo dados do Inquérito Demográfico e de Saúde da Etiópia de 2016, 10% das mulheres entre 15 e 49 anos sofreram violência sexual, e 23% foram vítimas de violência física. Esses números preocupantes destacam a urgência de medidas para proteger os mais vulneráveis da sociedade.
Muitos sobreviventes de violência sexual optam por não denunciar esses crimes devido à culpabilização e ao estigma associados às vítimas, perpetuados por autoridades e profissionais médicos, entre outros.
A criação de um registo nacional de crimes sexuais é um avanço positivo que contribuirá para fortalecer a prevenção e proteção das pessoas expostas a essa violência. A exclusão de agressores sexuais registados de trabalhar em escolas, orfanatos e outras instituições infantis busca garantir a segurança e o bem-estar das gerações mais jovens.
A transparência desempenha um papel fundamental nesse registo, com a proposta de uma página pública que permitirá aos cidadãos acessarem informações sobre os crimes sexuais registados. Essa medida poderá fortalecer a vigilância social e dissuadir potenciais agressores.
Em resumo, a implementação deste primeiro registo de violência sexual na Etiópia representa um avanço significativo na luta contra o abuso e a agressão. Essa iniciativa envia uma mensagem forte às vítimas, garantindo-lhes acesso à justiça e destacando a importância de proteger os mais vulneráveis em nossa sociedade. Espera-se que esse exemplo estimule outros países a adotarem medidas semelhantes para acabar com a impunidade dos perpetradores de violência sexual.