Num mundo onde a justiça internacional é frequentemente testada, a história de Alain e Dafroza Gauthier destaca-se como um exemplo de perseverança e determinação inabalável. A sua busca incessante por justiça para as vítimas do genocídio tutsi no Ruanda há trinta anos ressoa como um apelo à responsabilidade e à memória colectiva.
No centro de uma época marcada pelo horror indescritível do genocídio, o casal franco-ruandês optou por não permanecer passivo face à atrocidade dos crimes cometidos. Enquanto centenas de ruandeses acusados de cumplicidade no genocídio encontraram refúgio em França, Alain e Dafroza Gauthier empreenderam uma luta titânica para exigir que fosse feita justiça. A sua determinação levou-os pelas estradas do Ruanda, ao encontro de sobreviventes e algozes, com o objectivo de recolher as provas necessárias para iniciar processos judiciais.
Ao longo dos anos, estes dois seres com vidas comuns tornaram-se figuras de esperança e coragem, simbolizando a luta contra a impunidade e o esquecimento. O seu empenho permitiu levar à justiça vários alegados autores do genocídio, marcando assim importantes vitórias para a justiça e a memória das vítimas.
O cativante documentário dirigido por Thomas Zribi e Stéphane Jobert mergulha-nos no coração desta busca pela verdade e pela justiça, confrontando-nos com a realidade brutal dos crimes cometidos e a resiliência dos sobreviventes. Através da comovente história da viagem dos Gauthiers, somos confrontados com a dura realidade do genocídio e com a necessidade urgente de nunca esquecer os horrores do passado.
Ao destacar a luta feroz de Alain e Dafroza Gauthier para garantir o triunfo da justiça, este documentário lembra-nos que a luta contra a impunidade e pelo reconhecimento dos crimes contra a humanidade é um dever moral e uma responsabilidade colectiva. A sua história desafia-nos e leva-nos a refletir sobre as questões da memória e da justiça num mundo marcado por tragédias e injustiças.
Em última análise, a história de Alain e Dafroza Gauthier é um lembrete comovente da força da determinação e da vontade de garantir o triunfo da justiça, mesmo diante das piores atrocidades. O seu exemplo ressoa como um apelo à acção e à solidariedade, convidando-nos a comprometer-nos a garantir que os crimes contra a humanidade não fiquem impunes e que a memória das vítimas viva nas nossas consciências colectivas.