O investimento em infra-estruturas rodoviárias é um tema crucial para o desenvolvimento e crescimento económico de um país. Na Nigéria, o projecto de construção de uma estrada costeira de 700 quilómetros suscitou recentemente debates e críticas, nomeadamente entre o antigo vice-presidente Atiku Abubakar e o ministro responsável pelo projecto, Dave Umahi.
As tensões aumentaram quando Atiku questionou o custo do projeto, alegando que o Governo Federal planeava gastar N8 mil milhões por quilómetro, perfazendo um total de N560 mil milhões para toda a estrada. Além disso, levantou preocupações de que o contrato tenha sido adjudicado à Hitech, uma empresa liderada por Gilbert Chagoury, um aliado próximo do Presidente Bola Tinubu, sem concurso público.
Em resposta a estas críticas, o Ministro Umahi defendeu o projecto, dizendo que o cálculo de Atiku estava errado e que não compreendia os detalhes técnicos do projecto. Segundo ele, o desenho atual da estrada difere do projeto inicial, com 10 faixas em vez de 8, incluindo também linhas ferroviárias e acostamentos. Umahi sublinhou que o custo real do projecto foi inferior ao alegado pelo ex-vice-presidente, devido à complexidade e especificidades técnicas do local.
Olhando para os números fornecidos pelo ministro, verifica-se que o custo por quilómetro calculado por Atiku foi o dobro do custo estimado pelos responsáveis do projecto, devido a diferenças de concepção e materiais utilizados. Umahi destacou que o custo real de construção da estrada foi na verdade de N4 bilhões por quilômetro, metade do que havia sido reivindicado.
Esta controvérsia levanta questões essenciais sobre a transparência dos contratos públicos e a boa gestão das finanças públicas. É essencial que os grandes projectos de infra-estruturas sejam avaliados objectivamente e que os custos sejam justificados para garantir a eficácia dos investimentos e a satisfação dos cidadãos.
Em última análise, é essencial que os governos e os políticos garantam que os fundos públicos sejam utilizados de forma responsável e eficiente, garantindo a qualidade e a sustentabilidade das realizações para o bem-estar da população e o desenvolvimento do país.