Fatshimetria
O fim do Ramadã marca um momento de celebração para os muçulmanos de todo o mundo, que interrompem um mês de jejum dedicado à oração e à reflexão. Eid El Fitr é um feriado importante na comunidade muçulmana, simbolizando o fim do jejum e o início de uma nova fase de partilha e solidariedade. Contudo, em Goma, na República Democrática do Congo, a precária situação de segurança lança uma sombra sobre as festividades.
Confrontadas com a ameaça iminente de grupos armados, as autoridades locais tomaram a decisão de restringir as reuniões públicas por ocasião do Eid El Fitr. O prefeito de Goma informou aos líderes da comunidade muçulmana local que a grande oração de encerramento do Ramadã não pode ocorrer no Estádio da Unidade, mas sim nas mesquitas, por razões de segurança.
Esta decisão provocou reações dentro da comunidade muçulmana, expressando tanto a decepção por não podermos celebrar juntos num local simbólico como a necessidade urgente de preservar a segurança de todos os residentes. Hussein Siraj, um crente muçulmano, sublinhou que a paz é essencial para a região oriental da RDC, dilacerada por conflitos e grupos armados.
Ameaças de grupos armados, como as ADF no extremo norte e os rebeldes M23 apoiados pelo Ruanda, pairam sobre a região, pondo em perigo a vida dos residentes e a estabilidade da região. O M23, em particular, manifestou a sua intenção de assumir o controlo da cidade de Goma, o que semeou o medo entre a população local.
Num contexto de segurança e crise humanitária, a celebração do Eid El Fitr em Goma assume um carácter particular, marcado pela resiliência e pela vontade de manter as tradições apesar dos desafios. A oração e a partilha assumem um significado ainda mais profundo, encarnando a esperança de um futuro melhor para todos, na paz e na solidariedade. A comunidade muçulmana de Goma reúne-se nas mesquitas, num gesto de fé e fraternidade, lembrando que a unidade e a compaixão são os pilares sobre os quais se constrói um futuro mais pacífico e próspero.