Crise de governação e controvérsias em torno do projecto “1 bilião de árvores na horta escolar até 2023” no Congo-Kinshasa

O emblemático projecto “1 bilião de árvores na horta escolar até 2023” no Congo-Kinshasa, lançado com entusiasmo em 2021, tem sido recentemente objecto de fortes tensões e controvérsias no âmbito do Fundo Nacional Florestal (FFN). O Presidente do Conselho de Administração, Rigobert Kuta Mwana Kuta, realizou uma conferência de imprensa para esclarecer a situação, na sequência de acusações de sabotagem feitas por algumas ONG.

As revelações do Sr. Rigobert Kuta destacaram disfunções importantes na implementação do projeto. Com efeito, o diretor-geral da FFN foi apontado pela sua recusa em cumprir as recomendações do Conselho de Administração, comprometendo assim a transparência e a eficácia do programa. As tensões chegaram ao auge quando alguns membros importantes da equipa de gestão da FFN foram suspensos por ignorarem a convocação do Conselho, sob a influência do Director-Geral.

A governação da FFN foi assim posta em causa, evidenciando práticas questionáveis ​​como a tomada de decisões unilaterais e irregularidades financeiras. As acusações de reduções fiscais e de pré-financiamento por parte de ONG, em violação das regras estabelecidas, desacreditaram a gestão do Fundo e alimentaram suspeitas de peculato.

Esta crise no seio da FFN levanta questões fundamentais sobre a gestão dos recursos naturais e a protecção ambiental na República Democrática do Congo. O projecto de reflorestação, que visava plantar mil milhões de árvores até 2023, surgiu como um símbolo do compromisso do país no combate às alterações climáticas e na preservação da biodiversidade. No entanto, revelações recentes destacam os obstáculos e abusos que dificultam a realização deste objectivo ambicioso.

Perante esta crise, é imperativo que sejam tomadas medidas correctivas para restaurar a confiança e garantir o bom funcionamento do projecto. A transparência, a responsabilização e a colaboração entre as partes interessadas são essenciais para garantir o sucesso da horta escolar e atingir os objetivos definidos.

Em última análise, esta controvérsia dentro da FFN é indicativa dos desafios enfrentados pelos esforços de reflorestação e preservação ambiental na RDC. Destaca a necessidade de uma governação responsável e de mobilização colectiva para enfrentar os desafios ambientais e trabalhar em conjunto para um futuro mais sustentável.

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