Retirada do exército israelense do hospital de Gaza: um desastre humanitário iminente

A recente retirada do exército israelita do principal hospital de Gaza levantou sérias preocupações sobre a extensão da destruição deixada para trás. Após uma operação de duas semanas, os moradores da região notaram com desolação os escombros, os edifícios fortemente danificados e os montes de terra revirados pelas escavadeiras.

Descrita pelos militares como uma das operações mais bem-sucedidas da guerra que já dura quase seis meses, esta intervenção levanta inúmeras questões, tanto em termos de consequências humanitárias como de diplomacia internacional. Os protestos massivos em Israel contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e a exigência de repatriamento dos reféns detidos em Gaza expressam a frustração crescente entre a população.

As recentes revelações de que mais de 170 pessoas identificadas como militantes foram mortas e cerca de 480 outras foram presas na operação apenas aumentaram as tensões já palpáveis ​​na região. Testemunhos de palestinos que fogem da tragédia falam de prisões em massa e marchas forçadas diante de cadáveres.

As condições consideradas “totalmente desumanas” pelo Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, refletem uma tragédia humanitária em curso em Gaza. Com mais de 20 pacientes mortos e dezenas de outros em perigo durante o ataque, o Hospital Shifa, já gravemente afetado, encontra-se agora num estado de quase total não funcionamento.

Relatórios alarmantes do Ministério da Saúde de Gaza sobre cinco palestinianos feridos presos em Shifa que morreram devido à falta de tratamento sublinham a urgência de uma acção humanitária imediata. A falta de assistência no norte de Gaza e na Cidade de Gaza pressagia uma crise humanitária iminente.

Um relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários revela que pelo menos 31 pessoas, incluindo 27 crianças, já morreram de desnutrição e desidratação na região. Estes números comoventes ilustram a dimensão trágica do sofrimento suportado pela população civil nesta zona de conflito.

O exército israelita realizou anteriormente uma intervenção em Shifa em Novembro, alegando que o Hamas tinha estabelecido ali um sofisticado centro de comando e controlo. Estes ataques repetidos a infra-estruturas médicas cruciais levantam sérias questões sobre o respeito pelo direito humanitário internacional e a protecção dos civis em tempos de conflito.

Perante este quadro de desolação e sofrimento, a urgência de uma acção humanitária coordenada e eficaz é essencial para evitar uma catástrofe humanitária iminente em Gaza. O mundo inteiro deve mobilizar-se para acabar com esta violência e garantir o acesso incondicional à ajuda médica e humanitária às populações vulneráveis ​​encurraladas neste conflito devastador.

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