A União Europeia está planejando acelerar a distribuição de parte de sua ajuda financeira ao Egito, totalizando 1,1 bilhões de euros, através de um processo de financiamento de emergência que contorna as supervisões parlamentares e outras salvaguardas. O objetivo é fornecer apoio financeiro em resposta à deterioração da situação econômica e fiscal do país do Norte da África, decorrente de fatores como a guerra na Ucrânia, conflitos regionais e pressões migratórias.
O pacote total de ajuda financeira ao Egito é de 7,4 bilhões de euros, dos quais 5 mil milhões de euros são destinados como ajuda macrofinanceira diretamente para o banco central egípcio. A decisão de contornar as supervisões parlamentares da UE, através do Artigo 213, visa agilizar o processo de distribuição dos fundos, visto que as eleições para o Parlamento Europeu estão próximas.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou a necessidade de garantir apoio financeiro ao Egito rapidamente, mencionando a exposição do país aos impactos econômicos de conflitos regionais. Embora o Egito tenha desafios significativos em termos de reformas e direitos humanos, a UE enfatizou a importância de medidas imediatas de apoio, prevendo compromissos futuros relacionados a reformas e direitos humanos.
A migração é um componente relevante do acordo UE-Egito, com a atribuição de fundos para a gestão migratória. Esse auxílio financeiro busca fornecer suporte à economia egípcia, afetada por austeridade governamental, pandemia de COVID-19 e conflitos regionais recentes. A UE pretende engajar o novo parlamento após as eleições da UE nos 4 mil milhões de euros restantes de ajuda macrofinanceira, condicionando-os à implementação de reformas abrangentes.
Além do Egito, a UE estabeleceu acordos semelhantes com países como Mauritânia e Tunísia para reforçar a segurança das fronteiras e lidar com fluxos migratórios. Apesar dos desafios em direitos humanos, a UE reconhece a necessidade de apoio imediato ao Egito, enquanto se compromete com a implementação de reformas e consideração dos direitos humanos em futuras relações bilaterais.