“A dolarização da economia na RDC: entre a especulação e a estabilidade financeira”

A economia da República Democrática do Congo vive uma dinâmica única com a omnipresença do dólar americano nas transacções correntes. Surgido na década de 1990, o dólar consolidou-se como moeda principal, relegando o franco congolês para o segundo lugar.

A valorização excessiva do dólar, ao ponto de recusar notas alteradas, atesta a importância dada a esta moeda. Os comerciantes de divisas congoleses, sem base legal, estabeleceram esta prática que excede as recomendações das autoridades americanas relativamente às notas danificadas.

Enquanto alguns acreditam que esta atitude decorre do valor intrínseco do dólar, outros vêem-na sobretudo como uma especulação vantajosa para os negociadores de divisas. O ex-presidente Noël Tshiani destaca o impacto do decreto-lei de 2001 assinado por Joseph Kabila, formalizando a dolarização da economia congolesa.

Esta situação levanta questões sobre a gestão das moedas estrangeiras e a saúde financeira do país. Com efeito, apesar da coabitação do dólar e do franco congolês, a população parece favorecer a poupança em dólares, demonstrando uma desconfiança na moeda nacional que se desvaloriza gradualmente.

A dolarização da economia congolesa coloca assim desafios em termos de estabilidade financeira e de política monetária. É essencial que as autoridades considerem medidas para promover a confiança no franco congolês e garantir uma maior diversificação das moedas utilizadas no país.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *