“A República Democrática do Congo levanta a moratória sobre a pena de morte: quais as consequências para a justiça e os direitos humanos?”

A República Democrática do Congo tomou recentemente uma decisão controversa ao levantar a moratória sobre a pena capital. Este anúncio, feito durante o conselho de ministros de 9 de fevereiro, suscitou fortes reações no país e não só.

De acordo com uma nota circular do Ministro da Justiça e Guardião dos Selos, datada de 13 de Março, a pena de morte pode agora ser aplicada em casos específicos como crimes cometidos em tempo de guerra, em estado de sítio ou de emergência, ou mesmo durante operações para manter a ordem pública.

Os motivos pelos quais a pena de morte pode ser imposta estão definidos nas disposições do Código Penal da RDC, em particular para crimes como traição, espionagem, participação em gangues armadas, ou mesmo crimes de guerra, genocídio e contra a humanidade.

Esta decisão surge na sequência de um pedido do Conselho Superior de Defesa dirigido ao Presidente Félix Tshisekedi, especificamente sobre questões de traição no seio das Forças de Defesa e Segurança. O Ministro da Justiça sublinhou que a moratória sobre a pena de morte foi vista como um símbolo de impunidade por alguns criminosos, em particular os “kuluna”.

Refira-se que esta moratória estava em vigor desde 2003 na RDC, o que significa que a pena de morte já não era executada apesar das sentenças proferidas pelos tribunais, principalmente militares. O levantamento desta medida levanta questões sobre as suas implicações para os direitos humanos e a justiça na República Democrática do Congo.

É essencial acompanhar de perto a evolução desta situação e analisar as repercussões que poderá ter na sociedade congolesa e no respeito pelos direitos fundamentais dos indivíduos.

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