A República Democrática do Congo (RDC), um país rico em recursos naturais, depende, no entanto, de importações de alimentos no valor de mais de mil milhões de dólares por ano. Esta dependência diz respeito a bens de primeira necessidade como arroz, frango, carapau, farinha, tomate, entre outros, cujos preços inacessíveis a grande parte da população contribuem para a insegurança alimentar.
Diante deste problema, muitas vozes se levantaram a favor da criação de uma Inspeção Geral dos Programas Alimentares como uma das soluções possíveis. Mas qual é o papel concreto deste tipo de entidade?
Para responder a esta questão crucial, Jody Nkashama procurou a experiência de William Ongonyu Omende, especialista no setor agroalimentar euro-asiático. Para além de simples controlos e verificações, a Inspecção Geral dos Programas Alimentares pode desempenhar um papel crucial na regulação do mercado, garantindo a qualidade dos produtos importados, protegendo os consumidores e promovendo a auto-suficiência alimentar local.
Ao tomar medidas adequadas, como a aplicação de normas sanitárias rigorosas, a sensibilização dos intervenientes do sector e o apoio a iniciativas de produção agrícola local, esta entidade poderá contribuir significativamente para a segurança alimentar do país. Em última análise, cabe às autoridades congolesas adoptar e implementar políticas relevantes para melhorar a soberania alimentar do país e reduzir a sua dependência das importações.
Numa altura em que as questões da segurança alimentar e da auto-suficiência são mais relevantes do que nunca na RDC, a Inspecção Geral dos Programas Alimentares poderia desempenhar um papel fundamental na construção de um futuro alimentar mais sustentável e equitativo para todos os congoleses.