Título: Senegal: Rumo à data das primeiras eleições presidenciais marcada para Junho, após diálogos tensos
No Senegal, discussões tensas em torno da data da primeira eleição presidencial levaram finalmente a uma proposta: a votação poderia ocorrer no dia 2 de junho, depois do festival muçulmano do Eid, mas antes do início esperado da estação chuvosa para julho.
Esta sugestão decorre de dois dias de diálogos iniciados pelo Presidente Macky Sall com o objetivo de aliviar as tensões no país. Os participantes, incluindo políticos, membros da sociedade civil e líderes religiosos, recomendaram que Sall permanecesse no poder até que o seu sucessor fosse eleito.
Apesar deste progresso, alguns grupos de oposição rejeitaram a proposta na sequência dos diálogos que terminaram na passada terça-feira. Na abertura das conversações, Sall reafirmou o seu compromisso de deixar o poder no final do seu mandato, em 2 de abril.
Macky Sall analisará todas as propostas apresentadas antes de tomar uma decisão final. Prometeu também remeter o assunto ao Conselho Constitucional para garantir a legalidade das recomendações que adoptar.
Entre os 19 candidatos presidenciais, apenas três participaram nas conversações, tendo os restantes contestado o facto de a data das eleições ainda não ter sido marcada, apesar de uma decisão judicial nesse sentido no início deste mês.
Ao mesmo tempo, Macky Sall anunciou a sua intenção de apresentar uma lei geral de amnistia, com o objectivo de aliviar as tensões no país marcado por manifestações por vezes violentas que levaram ao encarceramento de centenas de pessoas. No entanto, o Fórum Civil Senegal classificou a medida como “inapropriada” e uma tentativa de “pisar a verdade” relativamente às alegações de abusos por parte das forças de segurança.
Através destes diálogos turbulentos e destas propostas controversas, o Senegal enfrenta questões cruciais para o seu futuro político e social, revelando as profundas divergências que impulsionam a sua sociedade neste período de transição.