O recente apelo de Felix Tshisekedi à aplicação de sanções contra Paul Kagame marcou um ponto de viragem na situação política na África Central. Numa declaração após a sua reunião com o primeiro-ministro belga Alexander De Croo, Tshisekedi sublinhou que as sanções eram essenciais para pressionar Kagame.
Esta posição surge num contexto tenso, enquanto as relações entre a República Democrática do Congo e o Ruanda permanecem complexas devido à presença militar ruandesa em solo congolês ao lado dos combatentes M23. Apesar dos apelos ao diálogo, Tshisekedi deixou claro que não tolerará interferência estrangeira nos assuntos do seu país.
A Bélgica, que detém actualmente a presidência rotativa do Conselho Europeu, também manifestou preocupação com os acordos entre o Ruanda e a União Europeia, relacionados com matérias-primas críticas e estratégicas. Tshisekedi saudou a posição da Bélgica ao questionar estes acordos, sublinhando a importância de garantir a rastreabilidade e a proveniência dos minerais.
A situação no Leste do Congo também foi discutida, com condenação unânime de qualquer interferência externa na região por parte da Bélgica. As crescentes preocupações com a violência no Kivu do Norte levaram a apelos acrescidos à comunidade internacional para que tomasse medidas concretas para proteger as populações civis e garantir a estabilidade na região.
Em conclusão, a determinação de Felix Tshisekedi em defender a soberania da RDC face às pressões externas e a sua colaboração com a Bélgica para promover a transparência no sector dos recursos naturais são sinais positivos para o futuro da região. Estes esforços conjuntos poderão ajudar a aliviar as tensões e promover o diálogo construtivo entre os países vizinhos.