No mundo de hoje, o mundo do turismo é frequentemente criticado pelas desigualdades e discriminações que persistem contra ele. Um artigo recente intitulado “A Insustentável Brancura do Turismo: Turismo é Colonialismo com Dicas” lança luz sobre a dinâmica de poder desigual presente nesta indústria, destacando o tratamento diferenciado concedido aos viajantes com base na cor da sua pele e origem.
O autor do artigo, Indi Samarijiva, aponta para processos de vistos discriminatórios que favorecem os viajantes brancos, ao mesmo tempo que dificultam a visita de pessoas de países de pele mais escura a outros países. Ele também critica a hipocrisia de receber turistas brancos em antigas terras coloniais, ao mesmo tempo que dificulta o acesso dos residentes desses países para viajar para o Ocidente.
Samarijiva apela a um sistema mais justo onde as barreiras de visto não prejudiquem os indivíduos com base na cor da pele ou origem. A sua defesa de um mundo onde as viagens sejam acessíveis a todos, independentemente da sua origem, visa substituir “a insuportável brancura do turismo” por uma experiência verdadeiramente inclusiva.
Com base nesta crítica, é essencial questionar os aspectos negativos do turismo nos países em desenvolvimento. As teorias económicas e políticas concebidas para um mundo ocidentalizado perpetuam as dinâmicas opressivas estabelecidas na era colonial. Estas teorias ignoram as realidades e complexidades dos contextos pós-coloniais, exacerbando as desigualdades em destinos turísticos populares como a África do Sul, o México e a Tailândia.
É, portanto, imperativo repensar a abordagem tradicional do turismo nas economias em desenvolvimento. Os paradigmas económicos dominantes, centrados na eficiência do mercado e no crescimento económico, ignoraram frequentemente os princípios da equidade e da justiça social. O turismo, como sector económico, deve ser concebido para beneficiar as populações locais de uma forma equitativa e sustentável.
Isto requer uma reavaliação profunda das políticas e práticas actuais para garantir que o turismo sirva verdadeiramente o bem-estar das comunidades locais e contribua para o desenvolvimento socioeconómico de uma forma equitativa. É hora de passar de uma abordagem neocolonialista para uma visão de turismo mais inclusiva e solidária, onde cada indivíduo, independentemente da sua cor de pele ou origem, seja calorosamente recebido em destinos de todo o mundo.
Em última análise, a mudança no sector do turismo exige um repensar profundo das estruturas de poder existentes e um desejo colectivo de construir um futuro onde a diversidade cultural e a justiça social tenham precedência sobre os interesses económicos de curto prazo.. Juntos, podemos trabalhar para criar um mundo turístico mais justo e inclusivo, onde todos os viajantes sejam recebidos com respeito e justiça, independentemente da sua origem.