**Jean-Jacques Mamba deixa o MLC para se juntar à Aliança do Rio Congo: uma decisão controversa**
O anúncio de Jean-Jacques Mamba, antigo membro do Movimento de Libertação do Congo (MLC) de Jean-Pierre Bemba, de aderir à Aliança do Rio Congo (AFC) provocou uma forte reacção do seu antigo camarada, Daniel Mbau. Este último expressou surpresa e desaprovação pela decisão, chamando-a de “desagradável” e “imconsiderada”.
Segundo Daniel Mbau, Jean-Jacques Mamba estava afastado do MLC há mais de três anos e já se demitiu formalmente há mais de um mês. A sua escolha de aderir à AFC, um movimento rebelde criado por Corneille Nangaa em parceria com os terroristas M23 apoiados pelo Ruanda, foi vista como uma ruptura flagrante com as suas antigas filiações políticas.
O MLC, por seu lado, desaprovou claramente esta decisão, sublinhando que Jean-Jacques Mamba já tinha dado sinais de dissidência durante as últimas eleições ao não mencionar nem o Chefe de Estado nem Jean-Pierre Bemba nos seus cartazes. Esta nova orientação política apanhou, portanto, muitos observadores de surpresa, especialmente porque surge num contexto político já tenso na República Democrática do Congo.
Durante uma conferência de imprensa em Bruxelas, Jean-Jacques Mamba criticou abertamente o poder de Félix Tshisekedi, qualificando-o de pior que o seu antecessor, Joseph Kabila. Justificou a sua adesão à AFC pelo seu desejo de “libertar e pacificar” o país, marcando assim uma ruptura clara com a sua trajectória política anterior.
Esta decisão de Jean-Jacques Mamba levanta muitas questões sobre as suas reais motivações e as potenciais consequências da sua adesão a um movimento rebelde apoiado por actores externos. Também destaca as dissensões no cenário político congolês e a complexidade das alianças existentes.
Em última análise, este desenvolvimento inesperado pressagia futuras convulsões no cenário político congolês e sublinha a importância crucial das escolhas políticas individuais num contexto tão volátil como o da RDC.