“Crise de combustível em Beni: quando os petroleiros se levantam contra o poder”

A greve dos petroleiros em Beni, na província de Kivu do Norte, levou ao encerramento de estações de serviço e depósitos de combustível, mergulhando a cidade numa crise sem precedentes. Os intervenientes no sector petrolífero lançaram um movimento de greve por tempo indeterminado para protestar contra os mandados de comparecimento emitidos pelo Ministério Público contra 9 funcionários petrolíferos.

A principal causa deste movimento grevista é a polêmica em torno do preço dos combustíveis. Embora as petrolíferas de Beni tenham ajustado os preços do litro da gasolina e do gasóleo para os tornar acessíveis à população local, o procurador insiste que apliquem os preços fixados pelo ministério, que são mais elevados e correm o risco de sufocar financeiramente os habitantes.

Esta situação levou a um aumento dos preços no mercado informal, onde os revendedores fixam o litro de combustível a 5.000 fc, provocando também um aumento nas tarifas dos mototáxis para 1.500 fc. A crise social está a aprofundar-se, acentuada por uma economia já enfraquecida pelas consequências da guerra que afectou a região.

Perante esta tensão, o presidente da Câmara de Beni tomou posição a favor dos comerciantes de petróleo, pedindo ao procurador que adiasse as suas ordens de comparecimento para preservar a paz social numa área devastada por conflitos armados.

Esta greve reflecte os desafios enfrentados pelos actores económicos locais num contexto de crise persistente. A procura de um equilíbrio entre os imperativos económicos e a necessária consideração das realidades sociais revela-se crucial para garantir a estabilidade e o bem-estar das comunidades locais.


Se quiser saber mais sobre os actuais desafios da economia na RDC, não hesite em consultar estes artigos:
– [A economia congolesa entre desafios e perspectivas](link1)
– [Impacto da guerra no mercado de trabalho em Beni](link2)

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