O acordo recentemente assinado entre a União Europeia e o Ruanda no âmbito da estratégia “Global Gateway” suscitou fortes reacções tanto a nível internacional como nos países africanos vizinhos. As atenções voltam-se em particular para a República Democrática do Congo, onde várias partes manifestam preocupação com esta cooperação, dado o historial do Ruanda na região.
Num contexto em que o Ruanda é acusado de envolvimento em distúrbios na RDC, em particular por apoiar grupos rebeldes, este acordo levanta questões sobre o compromisso da União Europeia com a paz, a democracia e os direitos humanos. As ONG congolesas questionam a legitimidade de tal aliança, destacando as questões ligadas ao tráfico ilícito de minerais provenientes da RDC e que transitam através do Ruanda.
As preocupações levantadas levaram a intercâmbios entre o Embaixador da UE na RDC e o Vice-Primeiro Ministro dos Negócios Estrangeiros congolês, a fim de clarificar as respetivas posições e reafirmar o compromisso da UE na luta contra o tráfico de minérios. As discussões também se concentraram na colaboração futura na área de minerais críticos.
É crucial notar que, apesar dos esforços internacionais para garantir a rastreabilidade e a ética nas cadeias de abastecimento mineiro, permanecem desafios persistentes, especialmente em zonas de conflito como o Kivu do Norte, na RDC. O controlo das actividades mineiras e a luta contra o tráfico ilícito continuam a ser grandes desafios para garantir a exploração responsável dos recursos naturais.
Em conclusão, esta situação realça a importância da cooperação transparente e responsável entre os actores internacionais e locais para promover a paz, a segurança e o respeito pelos direitos humanos nas regiões afectadas por conflitos ligados à exploração de recursos minerais.