Em Chernihiv, na Ucrânia, as cicatrizes da guerra ainda estão presentes dois anos após a invasão russa. A cidade foi palco de um cerco brutal em fevereiro de 2022, deixando para trás uma destruição massiva. Apesar de tudo, um vento de esperança sopra nos canteiros de obras e nos projetos de reconstrução que florescem.
No coração de Chernihiv, o hotel Ukrainia ainda ostenta as cicatrizes de uma bomba russa datada de 12 de março de 2022. Estes trágicos acontecimentos, dois anos depois, permanecem gravados na memória dos residentes. Viktoria, professora de línguas, lembra-se do impacto daqueles dias terríveis, marcados pela chegada repentina das tropas russas. Kateryna, chefe dos serviços culturais, fala sobre a falta de preparação para esta guerra inesperada.
As semanas que se seguiram testemunharam intensos confrontos entre as forças ucranianas e as tropas russas. Apesar dos bombardeios e das vítimas civis, a cidade resistiu por 40 dias. Hoje, os residentes estão a tentar virar a página, envolvendo-se em iniciativas de reconstrução e documentando os abusos russos.
O trabalho de Kateryna e da sua equipa para recolher testemunhos de sobreviventes e documentar crimes de guerra constitui uma arma fundamental contra todas as formas de propaganda. O memorial improvisado perto do antigo cemitério da cidade homenageia as vidas perdidas durante o cerco, servindo como um lembrete da brutalidade da guerra.
No entanto, apesar das cicatrizes ainda visíveis, a esperança renasce em Chernihiv. Iniciativas como a associação Bo Mozhemo, liderada por Andriy, demonstram a solidariedade e a determinação dos moradores em reconstruir a sua cidade. Os projectos de reconstrução no distrito de Bobrovytsia oferecem uma nova vida às famílias afectadas, na esperança de um futuro melhor.
Em Chernihiv, a resiliência e a solidariedade guiam agora os passos dos residentes, determinados a reconstruir a sua cidade devastada pela guerra. Cada tijolo colocado, cada testemunho recolhido ajuda a delinear um futuro mais radiante, apesar da dor do passado.