Num contexto de tensões crescentes e de insegurança persistente no leste da República Democrática do Congo, o Presidente Félix Tshisekedi expressou recentemente a sua determinação em pôr fim às agressões provenientes do Ruanda. Confrontado com os crescentes confrontos entre as forças legalistas e os rebeldes do M23, apoiados pelo Ruanda, o chefe de Estado congolês indicou claramente que não eram possíveis negociações com os rebeldes.
Durante um briefing especial com a imprensa, Félix Tshisekedi sublinhou a sua vontade de lutar para trazer a paz à região, mesmo que isso signifique usar a força contra o agressor ruandês. Manifestou também a sua disponibilidade para encetar discussões directas com o Presidente Paul Kagame para esclarecer as razões das acções levadas a cabo pelo Ruanda em território congolês.
A presença do movimento rebelde M23 e das Forças de Defesa do Ruanda (RDF), bem como a utilização de armas e meios aéreos sofisticados suscitam preocupações na comunidade internacional. A Rússia, por exemplo, manifestou a sua preocupação e manifestou a sua disponibilidade para discutir modalidades para que a Missão da SADC na RDC (SAMIDRC) pudesse prestar apoio para restaurar a paz na região.
Além disso, o discurso do Presidente Tshisekedi a favor dos Banyamulenge, considerados congoleses por direito próprio, demonstra o seu desejo de contrariar qualquer tentativa de estigmatizar esta comunidade e de denunciar as acções do Ruanda. Esta posição firme visa evitar que pretextos falaciosos sejam usados como álibi para interferência estrangeira nos assuntos internos da RD Congo.
Neste clima de tensão e incerteza, é essencial acompanhar de perto a evolução da situação no leste da RD Congo e as ações tomadas para restaurar a paz e a segurança na região. As questões geopolíticas e humanitárias que se desenrolam nesta parte do continente africano requerem uma atenção especial da comunidade internacional e dos intervenientes regionais para evitar uma escalada do conflito e proteger as populações civis afectadas.