Hoje, um grande anúncio sacode os corredores da União Africana: Raila Odinga, figura emblemática da oposição queniana, acaba de declarar a sua candidatura ao cargo de Presidente da Comissão da União Africana (CUA). Esta decisão poderá marcar uma viragem histórica para a organização continental.
Durante uma conferência de imprensa concedida esta quinta-feira, Odinga afirmou claramente a sua determinação em concorrer a esta posição estratégica, destacando as inúmeras consultas realizadas com os seus aliados antes de tomar esta decisão crucial.
“Se os líderes de África desejarem os meus serviços, estou pronto e corro para servir este continente. Estou pronto para concorrer à presidência da União Africana”, disse Odinga.
Expressando a sua preocupação com o fenómeno da “fuga de cérebros”, Odinga manifestou a sua insatisfação com a saída de jovens africanos forçados a procurar oportunidades no estrangeiro devido às difíceis condições económicas. Prometeu usar a sua liderança para transformar o destino de África e posicionar o continente como uma potência económica.
“Como pan-africanista, acredito firmemente que África deve aspirar a mais. Merecemos melhor. Devemos inverter esta tendência e mobilizar todos os nossos recursos para acelerar o crescimento socioeconómico do nosso continente”, disse Odinga.
Referindo-se ao seu mandato como Representante Especial da UA para o Desenvolvimento de Infra-estruturas em África de 2018 a 2023, Odinga destacou as suas qualificações para o cargo, destacando a sua profunda compreensão do panorama socioeconómico em todo o continente.
“Esta função permitiu-me obter uma perspectiva única sobre cada país africano. Estou convencido de que, ao colaborar com estas nações, podemos elevar África”, disse Odinga.
Odinga revelou que consultou o ex-presidente nigeriano Olusegun Obasanjo, que esteve presente no anúncio, para mobilizar líderes em todo o continente e obter o seu apoio para a sua candidatura.
Ao apoiar a candidatura de Odinga, Obasanjo sublinhou a importância de ter um líder da África Oriental no comando da Comissão da União Africana, sinalizando uma potencial mudança na representação regional dentro da liderança da UA.
À medida que Odinga entra na corrida para uma das posições de liderança mais prestigiadas de África, a sua candidatura traz implicações não só para o Quénia, mas também para a trajectória global da governação e desenvolvimento continental.
Esta nova candidatura promete ser um momento crucial na história da União Africana, oferecendo uma oportunidade única de liderança e transformação para todo o continente.