As recentes hostilidades entre o exército congolês e os rebeldes M23 apoiados pelo Ruanda mergulharam a província do Kivu do Norte numa crise humanitária sem precedentes. Além da perda de vidas e do deslocamento massivo da população, a região enfrenta uma grave escassez de alimentos.
O encerramento do troço rodoviário que liga Goma a Bukavu, principal ponto de abastecimento alimentar deste último, provocou um aumento espectacular dos preços dos produtos alimentares básicos. Comerciantes como Wakengo Itete testemunham as dificuldades encontradas na obtenção de produtos como feijão, soja, mandioca, cujos preços praticamente duplicaram, tornando cada vez mais difícil o acesso aos alimentos para a população local.
Face a esta crise, alguns tentam obter abastecimento nas aldeias vizinhas, mas a produção é insuficiente devido aos conflitos armados que perturbaram as actividades agrícolas. Para aliviar esta situação, a reabilitação de estradas agrícolas é essencial para garantir a entrega de géneros alimentícios às zonas necessitadas. Além disso, é também crucial garantir a segurança dos territórios e das aldeias para permitir que os agricultores cultivem com total tranquilidade.
A sociedade civil local, representada por atores como Christian Baguma, destaca a importância da criatividade e da inovação para superar esta crise alimentar. Ao explorar eficientemente as terras aráveis da região e implementar soluções sustentáveis, é possível garantir a segurança alimentar em Bukavu e prevenir futuras carências.
A crise actual revela a necessidade de repensar as estratégias de desenvolvimento agrícola e investir na resiliência das comunidades locais face aos conflitos armados que ameaçam a sua segurança alimentar. Ao unir forças, as autoridades locais, a sociedade civil e os intervenientes humanitários podem trabalhar em conjunto para superar os desafios actuais e garantir um futuro melhor para a região do Kivu do Norte.