Novidade na cena política do Chade, a tomada de posse de Mahamat Idriss Déby Itno como candidato presidencial está a causar agitação no Movimento de Salvação Patriótica (MPS). Apresentada oficialmente como uma iniciativa interna do partido, esta decisão esconde na realidade uma estratégia orquestrada em concertação com o presidente de transição.
Segundo fontes internas, a aliança em torno de Mahamat Déby Itno teria como objetivo consolidar a posição dominante do MPS e apanhar de surpresa outros potenciais candidatos. Com o apoio de 115 partidos políticos que assinam uma declaração conjunta, o partido no poder procura garantir uma vitória eleitoral iminente.
Apesar das aparências, esta escolha levanta questões dentro da classe política chadiana. Figuras importantes, como Yoboide Malloum Djeraki, permanecem em segundo plano, exigindo mais clareza sobre as intenções e projetos de Mahamat Idriss Déby. Este último, pressionado pelo tempo, deve encontrar um equilíbrio entre a sucessão de poderes e a necessidade de propor um programa político viável.
O cenário político chadiano está assim a transformar-se à medida que se aproximam as eleições presidenciais antecipadas. O Conselho Nacional de Transição está a preparar activamente o terreno, adoptando um projecto de código eleitoral e divulgando um calendário indicativo para a votação. Neste contexto turbulento, a corrida para suceder Idriss Déby Itno revela as questões de poder e as alianças efémeras que moldam o cenário político do país.
Esta saga político-familiar, marcada pelas manobras dos detentores do poder, sugere um futuro incerto para o Chade. Entre ambições pessoais, jogos de poder e grandes questões políticas, as eleições presidenciais prometem ser um ponto de viragem crucial para o futuro do país. Resta saber se Mahamat Idriss Déby conseguirá convencer os eleitores face à pressão política e às expectativas da população chadiana.