Embora as eleições presidenciais na Argélia devam ter lugar antes de 19 de Dezembro, de acordo com a Constituição, a incerteza paira sobre a data real da votação. As declarações e sinais ambíguos dados suscitam receios de um possível adiamento das eleições para 2025, mergulhando a população numa perplexidade crescente.
A menos de dez meses das eleições, o tema das eleições presidenciais continua a ser evitado nos meios de comunicação social argelinos, alimentando assim o mistério que rodeia a realização deste grande evento político. A falta de debate e esclarecimento por parte das autoridades reforça o sentimento de imprecisão que rodeia esta questão sensível, ao ponto de alguns a considerarem um tabu.
As recentes declarações de Abdelkader Bengrina, presidente do Movimento para a Reconstrução (MPR), causaram confusão ao levantar a possibilidade de um adiamento das eleições. Esta posição, tingida de cautela, parece ser um balão de ensaio para avaliar a reação da opinião pública a tal cenário. Louisa Hannoune, secretária-geral do Partido dos Trabalhadores (PT), destacou o contexto regional instável para justificar o não cumprimento das condições para uma organização pacífica do voto.
A candidatura de Abdelmadjid Tebboune, inicialmente prevista para um segundo mandato presidencial, é agora incerta. Dissensões dentro de sua comitiva lançaram dúvidas sobre sua decisão final. Perante esta situação, a exigência de maior transparência política no processo eleitoral torna-se cada vez mais premente por parte de vários grupos políticos.
Neste clima de incerteza e desconfiança, os argelinos continuam a aguardar esclarecimentos e garantias relativamente à efetiva realização de eleições presidenciais, a fim de preservar a estabilidade política do país.