“Manifestação histórica no Senegal: mobilização cidadã contra a extensão do mandato presidencial de Macky Sall abala os que estão no poder”

Manifestação no Senegal contra a prorrogação do mandato presidencial de Macky Sall: uma mobilização excepcional.

A cena política senegalesa foi palco de uma manifestação cidadã em grande escala, com pessoas a sair às ruas para expressar a sua oposição categórica a uma possível extensão do mandato presidencial para além de 2 de Abril, prazo estabelecido pela Constituição para a transferência do poder. Portando orgulhosamente bandeiras e faixas com a forte mensagem: “Eleição pela força” e “Terminus em 2 de Abril”, os manifestantes expressaram a sua firme recusa de qualquer tentativa de prolongar a presidência de Sall.

Organizado por uma plataforma de cidadãos, o protesto contou com amplo apoio de indivíduos de vários setores sociais. Chimère Manga, um dos manifestantes, sublinhou a importância da soberania do Senegal, declarando: “O Senegal não pertence a uma terceira comunidade que deveria ditar o destino do seu povo”. Ela condenou o que considerou prisões injustas e encerramentos de universidades, questões emblemáticas de queixas mais amplas contra a actual administração.

A manifestação, caracterizada pelo seu carácter pacífico, marcou uma ruptura clara com episódios anteriores de agitação civil no país. Inicialmente planeado como uma marcha silenciosa, o protesto transformou-se numa expressão enérgica de reivindicações, nomeadamente dos apoiantes do opositor Ousmane Sonko, exigindo a sua libertação.

No centro das exigências dos manifestantes estava a rápida organização de eleições presidenciais de acordo com o calendário constitucional. Cheikh Ahmed Tidiane Gueye, outro participante na manifestação, disse: “Viemos manifestar-nos, como todos os senegaleses, para exortar Macky Sall a não atrasar as eleições.

Juntando-se a este discurso, Sagar Tall sublinhou a importância de respeitar os princípios constitucionais e o calendário republicano. A voz colectiva dos manifestantes ecoou um compromisso partilhado com as normas democráticas e o Estado de direito.

A manifestação coincidiu com a rejeição pelo Conselho Constitucional de uma lei que propunha o adiamento das eleições presidenciais, decisão saudada pelos manifestantes. Esta rejeição marcou uma vitória para aqueles que defendem o respeito pelos mandatos constitucionais e reforçou a importância da mobilização popular na determinação dos resultados políticos.

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