O Senegal, muitas vezes elogiado pelo seu avanço democrático entre os países africanos de língua francesa, poderia encontrar caminhos para melhorias recorrendo aos seus vizinhos de língua inglesa e portuguesa. A recente crise política, desencadeada por um adiamento das eleições presidenciais invalidado pelo Conselho Constitucional, revelou falhas na confiança dos cidadãos nas suas instituições.
Se o Presidente Macky Sall se comprometeu a respeitar a decisão do Conselho Constitucional, a verdade é que esta crise suscitou tensões e revelou profundos ressentimentos. Alguns vêem esta disputa como um sinal alarmante de um possível futuro acerto de contas, colocando em perigo a estabilidade democrática do país.
Para avançar e consolidar a sua democracia, o Senegal poderia inspirar-se nas práticas dos países de língua inglesa e portuguesa, que parecem conferir mais respeito às decisões das suas instituições judiciais. O exemplo de Cabo Verde, localizado perto do Senegal, poderia servir como fonte de inspiração para reforçar o Estado de direito e a confiança dos cidadãos nos seus líderes.
Assim, para alcançar o estatuto de democracia exemplar a que o Senegal aspira, é essencial trabalhar para instituições credíveis, corajosas e honestas, capazes de inspirar o respeito e a confiança de todos. Ao analisar as práticas democráticas dos seus vizinhos de língua inglesa e portuguesa, o Senegal poderá encontrar alavancas para superar os desafios actuais e progredir no sentido de um futuro político mais sereno e inclusivo.
Em conjunto, estas reflexões poderão alimentar o debate sobre o desenvolvimento democrático no Senegal e abrir novas perspectivas para fortalecer os alicerces de uma sociedade mais justa e equitativa para todos os seus cidadãos.