Numa recente entrevista exclusiva ao canal de televisão Al-Hadath, Asma Mohammed, ex-esposa do líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, revelou detalhes perturbadores sobre a obsessão do seu marido e a sua organização pelas mulheres. Segundo ela, o Estado Islâmico transformou o seu famoso “Califado” num Estado dedicado às mulheres.
Mohammed disse que a obsessão de al-Baghdadi e da sua organização pelas mulheres “ultrapassa os limites da humanidade”. Ela acrescentou que o seu marido tinha mais de 10 mulheres yazidis como escravas e até se casou com uma menina de 13 anos no Iraque.
Atualmente preso no Iraque, Mohammed usou um véu preto durante a entrevista e raramente olhava diretamente para a câmera. Ela revelou que algumas das esposas de al-Baghdadi eram tão jovens quanto suas próprias filhas. Ela também sublinhou o papel de liderança das mulheres estrangeiras no recrutamento de combatentes.
Segundo a esposa de al-Baghdadi, a humanitária americana Kayla Mueller também era uma das escravas do líder do Estado Islâmico. Mueller foi sequestrado pelo Estado Islâmico em 2013 em Aleppo e morreu no cativeiro.
Nesta entrevista, Mohammed revelou que o seu marido só se preocupava com a sua própria segurança e negligenciava o bem-estar da sua família. Eles estavam constantemente fugindo, mudando de local regularmente.
Mohammed e al-Baghdadi tiveram seis filhos juntos, mas três deles morreram. Detalhes das circunstâncias dessas mortes não foram fornecidos.
Mohammed afirmou que quando se casaram em 1999, al-Baghdadi era um homem normal, sem ideologia extremista. No entanto, a sua perspectiva mudou drasticamente após a sua prisão pelas forças dos EUA em 2004, sem razão aparente.
Em 2014, como líder do Estado Islâmico, al-Baghdadi proclamou um “califado” em grandes áreas do Iraque e da Síria, mergulhando a região no caos e no terror. As mulheres Yazidi foram particularmente vítimas desta organização, capturadas e transformadas em escravas sexuais pelos jihadistas.
Embora o Estado Islâmico tenha sido derrotado em 2017, células terroristas ainda estão activas na região, perpetuando a violência e a opressão.
Esta entrevista com Asma Mohammed oferece uma visão perturbadora de como o Estado Islâmico explorou e abusou das mulheres, tornando-as escravas e vendo-as como meras ferramentas na sua causa violenta. Isto levanta mais uma vez a necessidade de defender os direitos das mulheres e de lutar contra qualquer forma de extremismo que as desumanize.